domingo, 15 de julho de 2012

Recordações súbitas

Sinto falta do meu quarto. De todas as mudanças que eu tive esse ano, essa não foi a minha favorita. Eu sinto falta de acordar e olhar em volta e perceber que eu estou sozinha, sinto falta de acordar aos poucos, sinto falta do silêncio de quando eu acordava. Por mais que eu sempre tenha divido meu quarto com meus irmãos, ainda sim... Quando eu acordava, eles ainda estavam dormindo ou então já tinham acordado e estavam fora do quarto, então eu tinha esse meu momento de privacidade matinal ou às vezes vespertina. Sinto muita falta disso. Depois que eu me mudei, tive que passar a aceitar pessoas ao meu redor quando eu acordo. Pessoas acordadas, falando e em muitas vezes olhando pra mim. E o pior: falando comigo. Eu odeio falar quando eu acordo, pra falar a verdade, minha voz nem sai direito. Eu gosto de acordar, enrolar na cama, pensar em qualquer coisa, sorrir, ouvir a primeira música do meu dia e aí sim, levantar e começar o dia. Eu não gosto de plateia quando acordo, isso me deixa extremamente irritada. Na verdade eu não gosto de plateia até a hora que eu tomo banho e tomo meu primeiro gole de café para me tornar acessível de novo. Eu sinto muita falta de ter um quarto.
Quando eu era criança, eu levantava e ia direto abraçar a minha mãe. Ficava pendurada nela, uma meia hora, praticamente uma extensão da cama. Era engraçado. Eu não falava nada, e nem ela, ela esperava eu "voltar pro meu corpo" e começar a agir normal de novo. Era assim todo dia. Quem faz isso com ela agora é meu irmão mais novo, somos bem parecidos nesse aspecto de "recém-acordados".
Às vezes a vida nos leva a caminhos inesperados. Às vezes a vida nos força a perder certas coisas a que estávamos acostumados. Não é que tenha sempre um motivo para as coisas acontecerem, e também nem toda mudança é sempre boa, às vezes são coisas que simplesmente acontecem, sem nenhuma razão importante, ou simplesmente acontecem como consequências de outras mudanças, e talvez essas sejam as verdadeiras mudanças importantes. De qualquer forma, tudo é questão de escolha e tudo é questão de costume. Se estávamos acostumados com aquilo, podemos nos acostumar com isso. Por mais que eu reclame de todos os mínimos detalhes possíveis no início, eu sempre acabo deixando meu otimismo vencer no final, pensando positivo sobre a coisa nova que estiver na minha vida. Ou então, penso continuamente que nada nessa vida é permanente,e não é mesmo.







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