sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Depois de ontem

Depois da noite que passei contigo ontem
de mim restam apenas frangalhos.
Meus destruídos frangalhos felizes
E meus olhos nunca estiveram tão maravilhados.

Depois de ontem, 
nada mais importa...
Eu encontrei o paraíso na Terra
e tenho certeza de que no Céu não seria tão bom assim.
Todo esse amor que você despertou em mim
Com ele, eu seria capaz de derreter uma pedra.

Depois de ontem
eu descobri que não existe nenhuma palavra 
Que descreva exatamente o tamanho da minha alegria.
Depois de ontem eu digo que
se tivesse que passar por tudo de novo, passaria
E se tivesse que chorar tudo de novo, choraria
Pois o universo me recompensou com você
E não existe recompensa maior
do que na minha vida,
te ter. 



quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Fim de tarde ventania



Primavera... O vento de fim de tarde anuncia mudanças.
É um vento na temperatura certa, reconfortante, depois de um dia inteiro de sol quente.
E eu estou deixando meu cabelo voar para todos os lados e nem estou me importando...
Porque sei do que se trata esse vento.
E jogar meu cabelo para todos os lados, é a forma que ele encontrou de me avisar que a próxima coisa que vai dar um giro completo é a minha cabeça.
Ela vai girar e depois vai abrir... Vai abrir totalmente o pedaço que faltava abrir.
Esse é o meu vento preferido entre todos os ventos no mundo.

Fim de ano... As malas prontas anunciam a próxima parada.
É a parada mais certa até agora... A mais iluminada, a mais fortificada, a mais real.
Foi a única que me empurrou com esse vento de primavera.
Foi a única que acalmou meu coração, depois de tanto tempo de espera e medo.
Eu não saberia ser uma pessoa desistente ou pessimista.
Eu não saberia ser o tipo de pessoa que abandona seus sonhos para se tornar apenas mais um escravo dos escravizadores.
Acontece que nesse mundo louco, eu não me encaixo.
Acontece que eu não nasci para ser escrava e nem para escravizar.
Acontece que de vez em quando eu repenso minhas decisões, na tentativa de autoproteção.
Pois eu, sou a minha própria rocha, o meu próprio escudo, a minha própria garantia, a minha própria força.
Apenas eu comigo mesma.
E juntas, temos nossos momentos de alegria.
E juntas, vivemos nossa vida.

Graças à Deus é fim de ano e o Natal está chegando.
O Natal sempre deixa tudo muito mais bonito, muito mais leve, muito mais pacífico e com mais amor.
O Natal sempre será uma data mágica, até mesmo para aqueles que não têm neve no lado de fora da janela.
O meu Natal tem um jeito diferente, e talvez seja por esse motivo que eu gosto tanto dele.
Eu nunca consegui desanimar no Natal, mesmo que todo ano façam insuportáveis 40°.
Talvez eu seja mesmo uma pessoa sonhadora, cega e otimista ao extremo.
E são exatamente essas as coisas que me salvam de virar uma adulta robotizada.
Se a chave para não enlouquecer é ser louco, aqui estou eu.
E tenho certeza de que existem pessoas como eu em todos os lugares.
Pessoas que conseguem sentir quando um vento, não é apenas um vento.



segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Hidroterapia

Eu gosto tanto de água... Talvez seja por me lembrar da minha infância, dos meus finais de semana com o meu pai e os meus irmãos. Nós nos divertíamos tanto... Eu ficava o dia todo no mar e no fim do dia estava toda enrugada e com a pele ardida por causa do Sol, mas completamente feliz. Naquele tempo eu não tinha responsabilidades... Não tinha que me preocupar em arrumar um emprego pra pagar a faculdade, e não existia a crise da Varig pra levar meu pai pra SP e acabar com a nossa praia. Nesses momentos, eu era apenas a menina gordinha e estressada com suas horas felizes. Não existia mais nada quando eu estava no mar.
Talvez eu goste de água por causa da minha pequena raiz indígena, já que foram os índios que nos ensinaram a tomar banho todos os dias.
Talvez eu goste de água por ela me relaxar ao extremo e eu me sentir como se estivesse numa bolha, longe de todos os problemas. Talvez eu tenha sido um peixe em outra encarnação, e às vezes tenho vontade de ser nessa também.
Eu sou apaixonada por frio, mas sou louca por uma praia no calor. Talvez seja por eu ser carioca e a praia ter estado presente em muitos momentos diferentes da minha vida. Eu aprendi a tratar o mar com respeito, mesmo que fosse pra ficar apenas sentada na areia, admirando as ondas e com o pensamento longe... Definitivamente a água faz parte da minha vida, é uma terapia.
Sou uma garota marítima! =D


sábado, 24 de novembro de 2012

Os teus pés



Quando não te posso contemplar 
Contemplo os teus pés. 

Teus pés de osso arqueado, 
Teus pequenos pés duros, 

Eu sei que te sustentam 
E que teu doce peso 
Sobre eles se ergue. 

Tua cintura e teus seios, 
A duplicada púrpura 
Dos teus mamilos, 
A caixa dos teus olhos 
Que há pouco levantaram vôo, 
A larga boca de fruta, 
Tua rubra cabeleira, 
Pequena torre minha. 

Mas se amo os teus pés 
É só porque andaram 
Sobre a terra e sobre 
O vento e sobre a água, 
Até me encontrarem.

- Pablo Neruda

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Vira - lata


Eu gosto de atum
O atum dos gatos vira - latas que comem o último pedacinho do peixe onde todos só enxergam espinhas. É esse atum que mantêm esses gatos livres de qualquer conforto que só visa aprisionar.
Eu gosto de atum
O atum que é colocado numa pizza caseira que alimenta uma família faminta no fim do mês. É esse atum que não deixa doer o estômago de ninguém.
Eu gosto de atum
O atum que se come com pão e maionese quando queijo e presunto já acabaram.
Eu gosto de atum
Aquele atum que substitui o bacalhau e o salmão.
Eu gosto de atum.

Talvez eu goste tanto assim de atum por conta da minha descendência portuguesa.
Ou talvez por eu me identificar com os gatos vira - latas, cheios de misturas, exatamente como eu: portuguesa, alemã, índia, italiana, negra e espanhola.
Somos todos vira - latas, mas somos todos livres, porque temos um pouco de cada lugar.
Quem somos nós? Somos o povo que sabe abraçar como ninguém, somos aqueles que sempre encontram uma solução pra tudo.
Somos os comedores de atum esquecidos do mundo. 
Talvez seja por isso que eu gosto tanto de atum.
Ou talvez seja por ele ser sempre a luz no fim do armário da cozinha quando eu não consigo achar nada interessante, assim como também é a luz no fundo da lixeira dos gatos vira - latas de tantos lugares por aí...
Eu gosto de atum.

domingo, 18 de novembro de 2012

Chá


De vez em quando tento afirmar para mim mesma que meus defeitos são apenas a comprovação de que eu sou humana e nada mais do que isso. Ninguém é um monstro por ter defeitos, somos todos apenas humanos.
Estou tentando entender porque de uma hora pra outra eu comecei a gostar de chá. Não que eu tenha abandonado o meu café, não é isso, eu apenas comecei a beber chá de tarde e antes de dormir. Acalma-me. Talvez seja por ser mais suave, mais sutil; com uma temperatura agradável, que me relaxa. E quando eu tomo chá na minha caneca com desenho de castelo, minha mente voa pra muito longe... Eu penso em todas as coisas da vida, inclusive nos problemas, e não sinto medo, não sinto raiva, não sinto tristeza, sinto apenas aceitação. Acho que o chá me dá um aconchego, um conforto que ninguém nunca conseguiu me dar.
Eu venho vagando por esse mundo feito louca e qualquer sinal da menor luz, é uma esperança. Eu tento enxergar flores em ervas daninhas, grama em lama, amor em indiferença, na tentativa desesperada de não me deixar levar por meus sentimentos intensos, tão profundos, complexos e difíceis de suportar. Eu sou uma pessoa intensa, sempre fui, mas ultimamente, devido aos últimos acontecimentos que veem disfarçados de vitórias e depois mostram a verdadeira cara, eu tenho tido sentimentos intensos e agressivos. Quando eu percebo que tudo não passou de uma armadilha... Eu tenho que me olhar no espelho e afirmar pra mim mesma que meus defeitos me fazem humana. Uma tola e sonhadora humana.
A vida é curta. As estradas são diversas, mas no fundo todas elas estão interligadas e mesmo que cada um caia em lugares diferentes, todos acabam se cruzando pelo caminho. Às vezes, nós temos que fazer pequenos ou grandes sacrifícios para conseguir conquistas. Não há muita diferença entre perdedores e vencedores, exceto que um conseguiu ir até o fim da estrada e o outro não teve força suficiente para permanecer firme em seu posto.
Sorte.
Ajuda.
Coragem.
Determinação.
Inteligência.
Todos nós contamos com pelo menos um desses itens pelo caminho e são eles que fazem a diferença no possível final que nos cabe. Às vezes não temos todas as armas que precisamos, temos apenas todos os motivos que precisamos. Pra mim isso é capaz de nos tirar de mais dificuldades do que qualquer arma, pra mim isso são todos os itens juntos. Pra mim isso é mais do que o suficiente.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Criação


Era um fim de mundo, mas era dela.
E porque era dela, era um fim bonito
Não havia necessidade de fazer dele algo feio, terrível e horrível
Nem mesmo futuramente, dar à ele um sumiço.

Era tudo lindo se ela não olhasse duas vezes
Não existiam flores murchas, se ela não olhasse de perto
Era apenas raio de sol... A felicidade estava sempre perto.

O mar era revolto e impossível de entrar
mas toda aquela bravura fazia dele ainda mais bonito e admirável.
E nos seus momentos de loucura
quando ela ficava mais revoltada do que ele
entrava e mostrava quem é que mandava.
Talvez tenha sido apenas sorte
Talvez tenham sido apenas braços fortes.

Nenhum dia era feito de tédio
Nenhum momento era em vão
Nenhuma chuva praguejada
Era tudo perfeito, nunca sentira lástima.

Ela via o que queria ver
Ouvia o que queria escutar
Era quem queria interpretar
E escondia os sentimentos que não queria mostrar.
Cada um vive no mundo que cria
E era só nisso que ela acreditava.
Era um fim de mundo, mas era dela.


Dentro

Talvez o meu problema seja a pressa.
Eu tenho pressa pra começar, pressa pra continuar, pressa pra acabar.
Eu tenho dificuldade de apreciar os momentos lentamente, e quando eles acabam, fico toda saudosista, vivendo no passado. Eu só aprecio de verdade meus momentos, quando eles já se foram. Aprecio-os na minha mente, da maneira que eu guardei as lembranças, da maneira que meus olhos entenderam, ou simplesmente presenciaram.
Eu falo muito quando estou com as pessoas, mas quando estou sozinha, pareço uma rocha. O que eu tenho de alegre, sorridente, falante e espontânea em público, eu tenho de quieta, imóvel e calada na solidão. Eu me fecho em minha mente e não dou espaço pra ninguém entrar. Muitas vezes, as pessoas se aproximam, passam por mim, falam comigo, mas a sombra que a minha mente põe em meus olhos não me deixa perceber. Se as pessoas que convivem comigo me vissem quando estou desse jeito, cortariam relações. Ninguém me aguenta nos meus momentos derivados de uma pedra.
E como sou mesmo uma pessoa apressada, até nos meus momentos de pedra não tenho calma. Sou o tipo de pessoa que anda pela rua como uma desesperada, como se o mundo fosse acabar. Ando rápido mesmo que não esteja atrasada, porque está aí uma das poucas coisas que eu demoro pra fazer: sair de casa.
A pressa me persegue, faz parte de mim, tira a minha capacidade de apreciar os momentos de minha vida. Talvez seja por eu ter tido alguns momentos realmente desagradáveis, ruins, que me fizeram desejar de todo o coração que acabassem logo. E agora, eu vivo no automático, tenho pressa até com o que não deveria ter.
Talvez seja isso, ou talvez eu seja apenas uma pessoa sem paciência mesmo, com loucura pelo novo, pelas transformações, mas que nutre dentro de si, os tantos fantasmas do passado.
Minha cabeça é mesmo um animal, tão feroz e brutal, que um dia ainda vai se alimentar de mim.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Ritual noturno


Enquanto gargalho e choro desesperadamente
Pela minha cabeça passam histórias que vivi...
Uma cadeira, uma festa, um Natal, uma briga, um dia mais feliz de todos...
A minha verdadeira vida se passa no íntimo de minha mente
enquanto estou deitada no escuro da noite.

As músicas continuam começando e acabando
Continuam mudando o que significam pra mim
E eu continuo dançando de olhos fechados
Lentamente ao reencontro do meu grande amor:
O passado.

E o vento vem
Passa por mim
Assim como tantas tempestades
Assim como dias de sol brilhante
Assim como tudo na vida.

Eu estou completamente apaixonada
Apaixonada pelo desconhecido
Apaixonada pelo infinito
Apaixonada por todos os meus amores antigos.
Eles me fazem feliz
Enquanto lembro-me da felicidade na qual estava imersa no meu tempo com eles.
No íntimo da minha mente
Enquanto estou deitada no escuro da noite...

No meio do caminho


No meio do caminho tinha uma pedra 
tinha uma pedra no meio do caminho 
tinha uma pedra 
no meio do caminho tinha uma pedra. 

Nunca me esquecerei desse acontecimento 
na vida de minhas retinas tão fatigadas. 
Nunca me esquecerei que no meio do caminho 
tinha uma pedra 
tinha uma pedra no meio do caminho 
no meio do caminho tinha uma pedra.

- Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 8 de novembro de 2012


Poeira

Os sonhos se tornam,
As pessoas se tonam,
As promessas se tornam,
A vida sempre se torna...
Poeira.

Nunca foi fácil viver a vida na qual eu nasci
Porque quando eu cheguei, o circo estava armado
A única coisa que eu tinha que fazer era aceitar viver daquele jeito, como se eu não visse nada...
Mas eu nunca consegui isso
Eu nunca fui nada do que as pessoas queriam que eu fosse
Eu nunca me deixei virar poeira...

Eu tenho uma guerra na minha cabeça
Uma superpopulação no meu coração
E uma necessidade no meu corpo de algo que nem eu sei o que é...
Eu sempre quis ser livre e na única vez que cheguei perto de ser, vi tudo à minha volta se tornar poeira.
Mas eu não.
Eu nasci para permanecer de pé
mesmo que isso signifique ser a única que resta...

Eu admito que ficar por muito tempo no mesmo lugar sempre me incomodou
Talvez seja por eu saber que em alguma hora tudo se torna poeira
E eu odeio ter que ficar pra ver a destruição...
Eu odeio essa vida solitária
Mas prefiro ser solitária do que virar poeira.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Prédio em construção

No embalo dos sons da noite, talvez aquilo seja eu... Um prédio inativo. 
Ele está desmoronando? Não. Apenas não acabou de ser construído. 
Eu não sabia que viver poderia ser tão difícil... Tantos fatos e questões com os quais os "adultos" lidam... O que mais me chocou até agora, foi a comprovação nua e crua de que o amor "eterno" é para poucos... Muito poucos. Como disse Martha Medeiros uma vez: "Deveria existir educação para o divórcio". Eu nunca tive esse tipo de educação, mas nunca desisti completamente do amor. Um pouco sim, mas nunca totalmente. Talvez esse seja o choque entre fantasia e realidade. "Vou ou não vou?"
Aquele prédio sou eu. Solitário, ouvindo os sons da noite, com seus tantos andares desertos... Pouco a pouco as coisas vão se encaixando. Tijolo por tijolo, piso por piso, tinta por tinta. E quando ele finalmente estiver terminado, poderá receber pessoas.
Um homem andando na noite, numa calçada aleatória... Ele não consegue dormir por conta dos efeitos colaterais de ser um adulto. Ele pensa comigo: "Aquele prédio se parece comigo. Solitário na sua construção, em sua procura por coisas que nem ele sabe o que são... Uma jornada solo, mas com um final rodeado de pessoas. Aquele prédio se parece mesmo comigo... Dois solitários e estranhos, de um jeito parecido."

domingo, 4 de novembro de 2012

Pressa


Pedaços estilhaçados
de sonhos quebrados
Estrelas que não brilham
Momentos que não sorriram
Palavras embaralhadas
numa estrada que não acaba...
Estou tentando feito louca sair desse turbilhão
Eu tenho pressa.

A minha cabeça é um animal
O meu humor é fora do normal
"As coisas vão melhorar", é o que dizem
Parece que eu vivo num disco arranhado
Onde cada dia é repetido
e cada mesmo pensamento, repassado e reeditado.
Só quero que isso acabe,
eu tenho pressa.

Planos e sonhos...
Imaginação e promessas...
Todos imortalizados pela minha caneta com pressa.
Minha vida tem uma enorme e variada trilha sonora
E eu também tenho pressa.
Pressa para que esse disco acabe logo
Pressa para começar a viver o que realmente interessa.
Pressa para que todas as coisas imortalizadas pela minha caneta
comecem a ter forma, cor e matéria.
Apenas pressa.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A verdade, nada mais que a verdade



A sociedade "rica" pensa que os pobres não são pessoas exatamente como eles, olham como se fossem bichos selvagens no zoológico onde é perigoso chegar perto. Somos todos humanos, com ou sem dinheiro. Mas pelo visto ninguém acredita nisso.
Os pobres conservam-se em sua ignorância por falta de oportunidade, interesse e excesso de comodismo. E os ricos fazem sua parte para manter as coisas assim, cada um no seu lugar. Só assim existe sentido na vida.
Fiquei impressionada com o trabalho de "balconista" no shopping. Porque não é realmente esse o cargo, o nome certo seria escravo. Você faz faxina, carrega mesas e cadeiras, todo tipo de entrega, atende pedidos, serve pedidos, limpa mesa suja, mexe no caixa e mesmo com isso tudo, todos os dias, sem folga praticamente nenhuma, não tem direito de ficar cansado. Só não mandei todos pro inferno porque não iria adiantar nada, aquelas pessoas de lá já estão no inferno.
Tenho pena deles, que não tem nenhuma perspectiva de vida e nem vontade verdadeira de mudar. Provavelmente vão passar o resto dos seus dias por lá e ainda vão dizer que aquilo lá é o top dos tops para pessoas como eles. Diversão é ver novela manipulada e dar pra todos que veem na frente. A verdade é que eles tem preconceito também. Porque quando chega uma pessoa que não fala errado e usa o tempo de almoço pra ler um livro, eles tratam como se fosse um bicho selvagem do zoológico, exatamente como os ricos fazem com eles.
Não sei quem é pior, a verdade é que eu já estou perdendo a esperança nas pessoas de um modo geral. E continuo me perguntando, assim como um amigo meu, de qual nave espacial eu saí.
Eu não posso fazer nada pra mudar essas coisas que para mim são revoltantes, mas eu acredito com todas as minhas forças que mudar a minha vida eu posso. Não vou ser abusada por ninguém e nem abusar de ninguém. Eles podem ficar naquele inferno disfarçado de paraíso, mas eu tenho olhos de uma pessoa crítica até demais, não me contento com qualquer merda, muito menos me deixo ser passada por idiota. Se eu não posso destruir o inferno, pelo menos destruir a minha presença numa parte dele eu posso.