segunda-feira, 28 de novembro de 2016

28 de outubro de 2016

Hoje, num dos dias mais quentes do ano, eu finalmente consigo sentir as palavras voltando pra mim. Passei dias tentando escrever algo que fizesse sentido, e nada. Ontem até tentei com papel e caneta, pois costuma funcionar, mas nem mesmo isso tirou de mim algo realmente interessante. Pode ser que agora também não saia nada de incrível aqui, mas pelo menos estou conseguindo falar sobre isso, com o mínimo de sentido. Isso também me faz pensar que talvez o problema seja a importância que dou a sentido, afinal, se tem uma coisa que a vida não tem, é sentido. As coisas acontecem sem que muitas vezes tenhamos controle real sobre elas, e só temos que lidar com isso sem surtar. Pois sempre, sempre é um acontecimento para os quais estamos despreparados, ou pelo menos não preparados completamente. 
Talvez nada disso faça realmente sentido, mas o fato é que hoje, num dos dias mais quentes do ano, oito e trinta e seis da noite, estou conseguindo escrever isso tudo com Marvin Gaye tocando no Youtube aberto em outra aba do meu navegador (o que realmente comprova a falta de sentido da vida, afinal, qual coerência tem "Let's Get It On" com todo esse papo profundo que eu estou tentando colocar pra fora de mim aqui...?).  E eu estou digitando super rápido, após quase um mês sem fluir nada dessas mãos, estou escrevendo tão rápido que toda hora tenho que voltar pra concertar as palavras, pois estou comendo letras. 
Talvez minha cabeça tenha estado confusa assim porque anteontem vi "A Chegada" que é um filme que fala sobre a ideia de pensar no tempo como algo não linear, sem definir passado e futuro, tudo é parte do mesmo presente. E ontem finalizei "Gilmore Girls: A Year In The Life", que é um série onde o tempo linear é algo bastante presente, porque bem, humanos se baseiam em calendários e relógios. E são duas concepções totalmente diferentes rodando ao mesmo tempo na minha cabeça, é estranho. Como, como enxergar tudo como parte de um mesmo todo, de um mesmo agora e não viver em três tempos diferentes? Logo eu, logo eu que sou tão presa as minhas lembranças e tão cheia de esperanças pro meu futuro. Como ser menos ocidental nesse sentido? Não é fácil.
Aconteceu tanta coisa esse ano (assim como no ano passado, e no ano antes, e antes, e antes...), e ainda resta um mês para o seu fim, não dá pra acreditar que ainda não acabou. Todas as casas da minha vizinhança já estão com suas luzes de Natal a todo vapor, eu ainda estou pensando se corro o risco de montar uma árvore de Natal com um gato em casa ou não, o comercial de fim de ano da Globo já está enchendo o saco de novo. Mas só eu sei tudo o que já aconteceu nesse 2016 sem fim. 

Deixo aqui esse texto meio furreca, pra não passar esse mês sem nada, mas quero deixar claro que é só pra constar. Ultimamente tem sido bem difícil fazer fluir algo dessas mãos. Talvez porque mais uma vez, eu esteja em processo de mudança interna e ainda não tenha material suficiente pra produzir. Provavelmente é isso, afinal, quando é que eu não estou em processo de mudança interna? 

(Mas sei lá... Desse vez parece algo diferente. Ainda não sei explicar o que é, mas são sentimentos novos. Quando souber, prometo escrever algo que preste)

Minhas mais sinceras desculpas,

Carol.