domingo, 28 de setembro de 2014

Há eu


Há quem pense que eu posto fotos demais 
Há quem pense que eu odeio demais 
E há até quem pense que eu amo demais 
Mas não
Eu registro a minha vida demais 
Eu critico o que eu acho absurdo demais 
Eu amo demais quem eu amo. 

Mas há quem pense que nada disso realmente existe 
Há quem pense que eu não existo 
Há quem pense que eu sou inventada, uma garota forçada, uma mulher disfarçada de menina mal criada 
Há quem pense tudo isso
Há quem pense muitas coisas 
Há quem pense 
Há quem
Há 
Há até demais 

Eu quero mais, eu quero mais do que já tenho 
Vou fazer declarações pra todos os importantes 
Vou distribuir abraços e beijos 
Vou fazer muitas caretas, vou brigar feio 
Vou sorrir 
Vou viver do meu jeito 
Há quem pense que é o jeito errado 
Há quem pense que eu deveria ser diferente 
E há eu, que penso que se vivo do jeito que vivo
Se me viro do jeito que me viro 
Se tenho quem eu tenho pra correr comigo 
O resto não importa tanto assim 

Eu sou feliz desse jeito 
Vou sempre expor o amor que existe em mim
E o amor que meus amados dão pra mim.

Há quem pense? 
Há 
Mas o mais importante:
Há eu.




sábado, 20 de setembro de 2014

Eu queria de volta


Eu queria de volta, 
eu queria de volta toda aquela escrita sensível, automática, que surgia do nada e descrevia tudo 

Eu queria de volta

Eu queria de volta, 
eu queria de volta todos aqueles momentos que eu sequer tive a chance de viver

Eu queria de volta

Eu queria de volta a sensação de não me sentir roubada como eu me sinto agora... A ignorância é uma bênção e eu a queria de volta 

Eu queria de volta 

Eu queria de volta todas as respostas que achava que tinha, eu queria de volta todas as certezas, gostaria de poder colocá-las no lugar das dúvidas 

Eu queria de volta 

Eu queria de volta

Nada.

Eu não tinha nada, eu jamais tive algo 
Sempre tive unicamente a certeza de que sou escrava da minha própria mente, e ela me faz sempre voltar e voltar e voltar, e viver de novo tudo aquilo que eu gostaria de esquecer 
Apesar de algumas dessas coisas nunca nem terem chegado de fato a acontecer 
A mente é uma prisão 
E eu queria tudo de volta.

Mas não posso, não posso querer de volta o que jamais tive 
Mas eu quero, eu quero de volta 

Eu quero tudo de volta.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Obcecados



Na vida há essas coisas loucas que acontecem apenas pra deixar uma grande incógnita. Afinal, como nós, meros seres humanos ordinários podemos ser capazes de julgar o que é pra ser e o que não é? Eu confio mais numa ação por instinto de uma cadela no cio do que na capacidade de julgamento de um ser humano apaixonado.
Eu já jurei inúmeras vezes que tal coisa estava "destinada" a acontecer e que eu tinha que lutar por aquilo com vontade. Mas o que está "destinado" a acontecer não necessita de luta. No momento racional que estou agora, consigo enxergar claramente: o que é pra ser simplesmente se faz presente, acontece de maneira natural, o que é pra ser não fica o tempo todo fugindo e muito menos criando enigmas, o que é pra ser não cria joguinhos, simplesmente apresenta-se de maneira clara e objetiva. "Quero você" ou "Não quero você", não existe "Não sei", "Preciso pensar". Sabe sim. Essas são maneiras de evitar dizer "Não quero você", mas nem por isso se faz menos clara. Mas o ser humano apaixonado não enxerga isso, acredita que há esperança, que o "Grande Talvez" possa se tornar "Quero você". Não vai. 
É possível apaixonar-se diversas vezes, por diversas pessoas, de maneiras diferentes e em momentos estranhos... Paixões carnais e fraternas podem ser loucamente intensas, mas graças ao Universo existem também os insights e "vergonha na cara". 
A paixão é o combustível da vida, é o que nos leva ao movimento, mas paixões destrutivas não deveriam ser classificadas como paixão e sim obsessão. Porque todos nós estamos sujeitos a ficar obcecados por algo pelo menos uma vez na vida. Repare bem que eu disse "algo" e não "alguém". Porque essas pessoas por quem ficamos obcecados acabam tornando-se puramente imagens criadas por nós, personagens de histórias que gostaríamos que fossem verdadeiras, uma imaginação rebelde que não se contenta apenas ao imaginário. Um objeto de obsessão, portanto, "algo". 
Certeza é uma coisa complicada que quase nunca existe. E como nós, meros seres humanos ordinários podemos ser capazes de julgar o que é certeza e o que é obsessão? 
Nos resta apenas apaixonar, aprender, fazer tudo de novo, amar, obcecar. 
Quem é que tem certeza de alguma coisa nessa vida?

P.S. : NÃO estou falando do meu namorado.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Desfoque

Hoje é um bom dia para se falar sobre felicidade 
Sobre como este está sendo um bom ano 
E sobre como tantas coisas boas estão acontecendo em todas as partes do desfoque 
É um bom dia para falar sobre felicidade e sobre como eu a enxergo perfeitamente com meus olhos míopes.

A vida tem sido um café numa varanda num fim de tarde 
Uma brisa preguiçosa soprando 
E para os meus olhos míopes, folhas voando.
No meio da semana estou escrevendo isso
Meus olhos pequenos e míopes só enxergam a felicidade crescente.

Aqui estou eu sem conseguir ficar sozinha 
Já me acostumei com as risadas e gritos 
Já me acostumei a ter pessoas rindo das minhas risadas e gritos
Todas elas vivendo comigo.

A tão temida dependência emocional chegou pra mim 
E eu não tenho mais medo 
Se a vida me trouxe pra cá dessa maneira torta 
Se eu enxergo tudo isso com um desfoque perfeito 
Se eu sou feliz desse jeito 
Ganhei uma irmã e um namorado 
Se agora eu tenho tudo isso
Talvez meus sombrios vazios comecem finalmente a ser preenchidos
Talvez eu deixe de lado minhas nítidas certezas assustadoras 
E passe a viver pra sempre numa doce felicidade desfocada.