sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Comida e tudo envolvido

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Sendo alguém prestes a começar a preparar a ceia do Ano Novo, posso dizer que, seja cozinhando só pra você, para amigos ou família, ou trabalhando com isso, é necessário dedicação, paciência, uma boa música alta, preparo para possíveis fracassos, brindes aos êxitos, mas sempre muito, MUITO amor.
Tem que amar a cozinha, tem que amar descongelar as carnes, tem que amar escolher os ingredientes, tem que amar a receita que estiver fazendo, tem que amar a comida e o ato de comer, tem que amar satisfazer uma necessidade tão básica do ser humano, tem que amar ver todos ao seu redor comendo, tem que amar uma mesa cheia e tem que amar as pessoas. Sim, as pessoas. Cozinhar pra si mesmo é amor próprio, cozinhar pros outros é cuidado. E tem que amar muito tudo isso pra encarar a louça, a limpeza do fogão, do forno, e de todo o resto depois, como algo que faz parte. Tem que amar muito!!!
Então o que eu desejo mesmo pra 2017, pra mim e pra todas as pessoas que eu amo, e pras outras que eu nem conheço, são comidas maravilhosas, conversas durante o jantar, alegria, ajuda pra limpar a cozinha, gargalhadas altas, amor, amor, amor.
Amor nas receitas complicadas e nas mais simples, amor na vida!!!
Feliz 2017, e vamos começar a preparar a ceia!!!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Banheiro

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Talvez sejam os dias e noites quentes.
Talvez sejam os mosquitos poluídos da baía de Guanabara;
Talvez seja a certeza de que eu nunca estive no lugar certo, a certeza de que ainda não encontrei meu lar.
Talvez seja a vida me fazendo dar voltas e mais voltas...
Batendo com a cara na porta,
Pulando janelas,
Arrombando portas.
Talvez seja eu sempre sendo melhor em poesia do que em prosa.
Talvez seja eu pensando em metáforas pra descrever todos esses sentimentos confusos,
Tentando expressar a tempestade que tenho aqui dentro,
Tentando verbalizar imagens...
Eu, enrolando, escrevendo trancada no banheiro como fazia quando era criança.
Bem, eu não sou mais criança, mas não parece que muita coisa mudou...

Eu amo mais pessoas do que realmente posso suportar...
O amor sempre acabou comigo,
Talvez seja esse o problema.
Talvez seja o fato de eu não conseguir encontrar um cabelo que realmente traduza o meu verdadeiro eu, porque não há.
E talvez seja o fato de eu não conseguir realmente aceitar isso
E tudo isso,
E tudo aquilo que eu não ouso falar.
E tudo aquilo que um dia vai acabar me matando sufocada...
Minhas playlists estranhas,
Minhas listas secretas,
Meus planos inúteis,
Minhas mãos atadas,
Meus pés cansados,
Meus olhos míopes vagando, totalmente abertos.
Tudo o que é meu e tudo que não é,
Tudo o que só existe em mim e tudo que já foi meu, não é mais, mas não vai embora.
Tudo que tento explicar o mais rápido que posso, mas não consigo...
Tudo que nasceu comigo e tudo o que me encontrou depois,
Talvez tudo isso e tantas outras coisas que eu nem sei ainda
Sejam os problemas...
Ou as soluções.

É sempre uma questão de ponto de vista, não é?

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Nós

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Não é possível ver nas cartas o necessário, 
Não é possível guiar-se pelos mapas 
De cada ano.
Não é.
Não há nada que explique isso.
Eu, única mulher de quatro filhos, a mais velha, 
"A destemida", é o que todos dizem.
Mas o que sou eu se não um mero esperma sortudo 
O que sou se não alguém cheia de medos tentando fazer o melhor que pode?
Sim, estou falando em voz alta
Meu pai não sabe, minha mãe não imagina
Mas eu sofro de medos inúmeros que muitas vezes me mantém acordada até o primeiro raio de sol.
E eu preciso escrever sobre essas coisas, já que não sou autorizada a falar 
Pois eu, única mulher de quatro filhos, a mais velha,
"A destemida", a primeira a ir embora e tomar sua vida para si 
Eu, não tenho autorização para ter fraquezas. 
Não há nada que explique isso.
Não há nada que explique... 
Eu,
Ou nós,
Ou nada. 
Nada. 
Mas essa sou eu,
Sou eu em carne viva, 
Sou eu crua,
Sou eu revelada.
Eu não sei exatamente quem sou
Mas vocês sim.
Vocês estavam lá comigo no início e no meio.
Passamos por coisas parecidas, 
Salvamos uns aos outros
Choramos e rimos de nossas próprias desventuras 
Que acontecimentos desse mundo de cão nos fizeram passar.
Acho que quando fui embora, vocês racharam um pouco,
Mas eu rachei por completo,
Eu desabei,
Desmoronei, 
Mas tive que aprender a me juntar de volta. 
A primeira vez foi a pior, 
Agora só sinto um gosto amargo na boca. 
Mas como café, tornou-se algo básico para continuar em frente.
Não, não tem explicação.
E eu não culpo ninguém por nada disso, não mais.
Tenho tentado esquecer o passado, pois só envenena meu presente e destrói meu futuro.
Mas vocês ainda se lembram, nós nos lembramos por mais que tentemos tanto varrer pra baixo do tapete.
Vocês sabem que não estou autorizada a falar sobre isso
Vocês sabem que não podemos falar sobre nada disso.
Mas eu ainda consigo escrever,
E é a única coisa que me mantém sã.
Lá se vai aquela vida...
Mas como dizer que se foi 
Se foi exatamente ela que me fez ser quem sou hoje? 
Não tem explicação pra nada disso
A dor vive de mim
Mas eu também vivo dela. 

Não há nada para lembrar

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Ela está deitada. 
É tarde da noite, ela está no sofá da sala, encarando o teto no escuro. 
Pela janela aberta é possível saber que está ventando, as cortinas voam por todos os lados, e de vez em quando é possível ver uma parte do tecido ou outra, graças as luzes dos faróis do carros que passam.
Janela de frente pra rua, apartamento de primeiro andar. 
Som. 
Som,
Som.
Um silêncio ensurdecedor naquela casa que ninguém quer morar, mas ela se mantém enraizada, se mantém pensativa nas suas coisas, nas suas pessoas, na sua vida. É tudo seu, não há ninguém que possa negar isso. 
Mas ela se prepara para sair. É tarde na noite, é tarde na vida.  
Não há um anúncio de algo novo, não há um momento de tensão, há apenas uma virada, inesperada, brusca, agressiva. Pois é assim a vida. 
Calça um sapato, depois outro. Fecha as janelas e abre os olhos,
Está na hora.
Está
Na
Hora. 
Corra! 
Apenas corra e esqueça o resto, não vale a pena se agarrar aqueles sentimentos ultrapassados.
Apenas vá
É pra isso que a vida existe: Pra agarrar a liberdade que é sua e ir embora. 
Ninguém nunca te viu, você nunca esteve aqui, nada disso jamais será lembrado.
Vá.
Vá com o vento, deixe as portas abertas, deixe que peguem o que quiserem, deixe pra trás o que costumava ser seu, pois nunca foi, e nem será, não é. 
Apague a água do café, você não terá tempo de tomá-lo. 
Parece um céu bastante estrelado lá fora, vá sem medo. 
Suma como se nunca tivesse existido, pois você nunca realmente existiu
Não há ninguém lá fora pra você, não há
Mas quem está aqui dentro não parece te fazer muito bem.
Então vá, vire um fantasma para todos, suma, desapareça, morra, nasça.
Vai viver!
Finalmente: 
Ela está de pé!