quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Revelando o que é meu


A meu ver, as pessoas que tem blog têm o objetivo de conseguir fazer o assunto tratado neste alcançar o maior número de pessoas possíveis. Mas e depois?  O que acontece depois que você alcança um número grande de seguidores, leitores, ou seja, o que acontece depois que você conquista o seu público?
Eu sempre escrevi, desde que aprendi. Eu sou compulsiva por escrita, dificilmente passo um dia sequer sem escrever. Por isso também que eu digo que não dá pra colocar aqui tudo o que eu escrevo.
Até o início desse ano, eu não queria mostrar pra ninguém o que eu escrevia, porque eu tenho (sempre tive) a mania do “meu” / “minha”. MINHA poesia, Meu celular, MINHA idéia, MEU livro, MINHA (não só minha nesse caso) mãe, MEU (também não só meu nesse caso) pai, MEU sobrenome, MINHA crônica, MINHA foto, MEUS amigos, MEUS desejos, MEUS planos, MEUS irmãos, MEU jeito, MEU cabelo, MEUS problemas, MINHA vida. Tudo meu. Coisas minhas. O sentimento de posse excessivo sempre fez com que eu deixasse de experimentar novas coisas, de abrir mão de certas coisas para conseguir outras muito mais importantes. Ou talvez eu simplesmente não goste de mostrar assim o que é meu simplesmente pelo medo da perda, ou pelo medo do julgamento alheio. É, talvez. Ou talvez não.
Mas é aí onde está a grande questão: as pessoas sempre julgam. Independente de você mostrar algo ou não. Te julgam só de olhar pra sua cara, te julgam se te verem de costas em pé num ponto de ônibus. Elas te julgam sem pedir permissão, sem avisar e sem te conhecer o suficiente. Todo mundo faz isso.
E às vezes você perde algo pelo simples fato de ele nunca ter pertencido a você, ou pelo simples fato de que você tirou proveito suficiente, e agora está na hora de deixar outra pessoa desfrutar – ela precisa mais do que você. E o mais importante: “perder” Não deveria existir. O que deveria existir é a prova real da verdade. Se é verdade que algo ou alguém é “seu” (seu entre aspas porque ninguém é objeto para ser de alguém), mesmo que eles passem um tempo longe, mesmo que deixem de te dar notícias ou de procurar, na hora certa, eles voltarão. E é aí que você vai ter certeza se realmente são seus ou não. Porque se não voltarem, é porque nunca te pertenceram.
No caso do blog, decidi fazer para conseguir organizar minhas tantas palavras, sejam elas em forma de poesia, ou textos, ou crônicas. Me lembro que na época alguns amigos me disseram que antes de eu fazer um blog era melhor registrar tudo, pois eu poderia correr o risco de ter tudo “roubado” e meu nome seria completamente descartado, já que não existe registro.  Mas eu sempre vou saber que é meu. E mesmo que alguém de fato roubasse, em alguma hora meu nome apareceria, porque a verdade sempre dá as caras em algum momento.E além disso, se alguém "roubasse" mesmo, isso significaria que eu tenho ou faço algo bom o suficiente para as pessoas quererem roubar.
E também fiz o blog na esperança de que possa existir alguém que faça um bom julgamento de mim, já que não há como escapar dos julgamentos. E é claro, se eu conseguir ser vista como escritora (já que, na minha opinião, não sou; pelo menos não ainda), também não fará mal. Por enquanto eu tenho apenas 17 seguidores, mas quem é que sabe do futuro?

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