sábado, 1 de outubro de 2011

A ardência do que se foi


Eu já mencionei antes
que escrever no computador é impessoal
Por isso estou escrevendo pra você
numa folha de papel, e a jogando no vento
E que ele a esconda em algum lugar do céu.

E mesmo que isto não chegue até você
Saiba que a ardência do que se foi estará sempre viva dentro de mim
Eu não me importo de ter que viver assim
O que está feito, está feito
não tem como apagar.
E agora eu sigo daqui para um futuro incerto
e me lembro de que não era assim
quando juramos nunca nos separar.
Mas o problema do "para sempre"
é que ele nunca dura por tempo suficiente.

Eu não penso em ficar presa ao passado
mas a ardência do que se foi continua aqui.
Não me culpe
se eu tenho mágoas e remorsos
É que eu nasci com este grave defeito
Sempre estarei sentada em nossos destroços.

E não me diga que eu preciso te deixar ir
porque você nunca pediu permissão
faz tempo que você não está mais aqui.

Você já criou outra vida
está feliz, e acha que tem que me dizer
que eu deveria fazer o mesmo
Mas não é fácil assim
porque a ardência do que se foi continua aqui
E mesmo que eu não queira
será sempre assim

E para de fingir
porque isso nunca será um incômodo para você
Mas sempre será para mim.
Porque a ardência do que se foi continua aqui.

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