segunda-feira, 31 de março de 2014

Se eu prestar atenção

Se eu prestar atenção às batidas do relógio 
No seu compasso contínuo dentro da madrugada 
No escuro da noite, na clareza da mente acordada 
Se eu prestar atenção às batidas do relógio 
Consigo perceber que nada está sob meu controle 
Muito menos os movimentos dos ponteiros.

Se eu prestar atenção à minha volta 
Rapidamente as pessoas mostram as caras 
Muitas caras numa mesma pessoa 
Uma cara num grande grupo de pessoas 
A perseguição é de longa data 
E o controle que eu tenho sobre isso 
É igual a nada.

Se eu prestar atenção nas ironias dessa vida psicopata 
Que faz questão de repetir os mesmos ciclos e vícios 
Que faz questão de fazer com que momentos de suspiro fiquem presos em mim
Que faz questão de fazer com eles sejam muito mais fortes do que os momentos infelizes 
Que faz questão de me deixar presa a eles 
Como se fosse uma velha canção de ninar 
Que me leva direto pro precipício 
Que faz minha mente pensar que eu preciso de um hospício
Que me dá vontade de gritar...

Se eu prestar atenção nisso tudo
Consigo perceber que todas essas coisas, sou eu que crio 
Na eterna criatividade e vontade da minha mente 
De fazer com que os suspiros felizes sejam eternos 
Na eterna habilidade de fazer com que os momentos sombrios 
Sejam compensados pelos minutos passados bem vividos... 
Se eu prestar atenção nisso tudo
Eu vejo que o problema sou eu, está tudo em mim
Se eu prestar atenção...
Prefiro fechar os olhos 
Prefiro não ver...
Prefiro não admitir... 
Prefiro não perceber...

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