segunda-feira, 24 de março de 2014

Extinção

Não dá pra entender, não dá pra aceitar 
Quando você quer uma pessoa e essa pessoa não quer você.
É desumano, não existe evolução espiritual ou desapego que aceite... 
Não dá pra entender. 

E mesmo sem entender, sabemos que não podemos 
Forçar alguém a nos querer
Mas por que não?
O amor desesperado, o amor louco 
Não responde por si
O amor na sua forma mais selvagem
É um jovem destemido 
Um conquistador de territórios 
Movido pelos extremos 
O amor desesperado, o amor louco 
Não vai conseguir entender, nem esquecer e nem fingir que não liga 
O amor louco vai conquistar todos os territórios 
Até chegar naquele território que realmente importa 
O amor louco não desiste, nunca vai embora.

Mas não estamos mais conectados com o selvagem da essência humana 
Agora somos todos civilizados demais 
Somos todos educados demais 
Somos todos cautelosos demais 
Pra conseguir amar de verdade 
Não podemos mais dar ataques e nem gargalhadas de verdade
Não podemos mais tentar
Não podemos nem ao menos cativar 
Não podemos mais nada 
Chegar perto demais é invasão de espaço 
Chegar perto demais não é civilizado 

Ninguém mais pensa
Que não dá pra entender, que não dá pra aceitar 
Quando se quer uma pessoa e essa pessoa não te quer... 
Ninguém mais respeita um desesperado 
Todos só olham torto, tratam de receitar um remédio 
Pra calar a essência mais pura da natureza...
Ninguém quer um amor desesperado, um amor louco
Todos só querem parecer bonitinhos 
Todos só querem ser civilizados e solitários 
Nesse século lixo.

A natureza está aí pra lembrar 
Essas catástrofes vem apenas para lembrar 
Que tudo o que é selvagem, não é covarde 
E nem educado, e nem cauteloso, e nem civilizado 
A natureza está aí pra mostrar que a vida 
É forte, é sincera, machuca, mas sempre cicatriza.

Não dá pra entender, não dá pra aceitar
Quando você quer uma pessoa e essa pessoa não quer você.
Mas todos seguimos em frente sem manifestar 
Nossos reais desejos 
Todos nós desistimos antes mesmo de tentar 
E assim nossa pureza selvagem vai morrendo mais e mais 
A cada geração 
Até chegar o dia em que seremos todos robôs 
Cada um de nós programados por máquinas 
E não por um coração...


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