terça-feira, 4 de março de 2014

Sonhando



Bom é ver a cidade de madrugada quando não estou com sono
Ver como em uma hora ou outra, todos seguem seu caminho.
Cada um encontra a sua cama ou o seu lugar.
E os mendigos encontram consolo nas estrelas, na esperança de que um dia estejam olhando pra um teto acima de suas cabeças. 

A cidade é tão deserta e pacífica à noite... A luz das estrelas mal consegue iluminar o que acontece nos cantos escuros...

E eu passo por esses botecos que nunca fecham, lotados de bêbados que arrastaram-se até lá depois de um dia longo de trabalho.
Adiando ir pra casa, adiando encontrar suas esposas gordas e cansadas.
Eu passo por algumas pessoas cansadas tentando chegar em casa
Eu passo por vira-latas donos de sua própria cidade 
Passo por um monte de eco
E eco
E eco
E de novo, eco

Eu passo por praças e estátuas, eu passo por árvores e faixas
Eu passo...

O ônibus segue seu caminho até o infinito 
Eu adormeço no meu universo particular que se resume à aquele ônibus, aquele céu e cada parte da cidade por qual eu passo
Eu adormeço imersa em algum outro tipo de mundo escondido, longe até mesmo daquele universo particular
Tento enxergar no meu teto, as estrelas que tanto amo...
Tento agradecer por ter um teto, tento não adormecer...
Mas no meio da oração, caio no sono 
E já não estou mais nesse plano... Ou pelo menos é o meu plano estar bem longe daqui.

Sigo o caminho das estrelas, percorro a noite no ônibus que me apresenta a vida e a morte que há na cidade de madrugada
Vejo tudo isso na minha cama, sem nunca ter estado acordada...




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