segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Eu ponho verdade nas minhas palavras



Eu ponho verdade nas minhas palavras, eu ponho sentimentos, ponho a mim mesma em cada letra. 
Quando eu vou pra casa, se é que eu tenho uma casa, vou olhando pela janela do ônibus a rua e o mundo inteiro, ao menos todo o mundo que meus olhos podem alcançar, incluindo o que está fora da minha visão.
Porque eu vou além, eu sempre vou além. E me atrevo a dizer ainda que poucas pessoas podem dizer que tem uma casa, pois "casa" é muito mais sério, é muito mais forte do que um simples lugar, são sentimentos, são lembranças, são gestos e palavras. 
Talvez hoje em dia, há alguns anos na verdade, eu seja a minha própria casa. Talvez eu tenha uma casa enquanto morar num lugar com cheiro de café e perfume floral, talvez eu tenha uma casa se houver música tocando bem alto, talvez eu tenha uma casa se houver o silêncio imaginário do barulho dos meus pensamentos, talvez eu tenha uma casa se  houver um filme, talvez eu tenha uma casa se houver um papel e uma caneta, talvez eu tenha uma casa se houver um computador, talvez eu tenha uma casa se houver o barulho do ventilador, talvez eu tenha uma casa se houver bagunça e um despertador. Por enquanto só existe eu nessa casa, talvez um dia alguém se mude, mas nunca se sabe. Pode ser que essa casa seja mesmo independente e solitária. Eu ponho verdade nas minhas palavras. Sempre.
Eu quero esse futuro do qual as pessoas falam tanto, eu quero sentir essas certezas na minha alma, eu quero manter minhas esperanças e sonhos, e se conseguir, talvez consiga ser jovem pra sempre. Pois o espírito morre quando suas esperanças e sonhos morrem. Quem nunca foi idealista, nunca foi jovem. 

Toda noite eu sonho acordada até às 3 da madrugada. Eu quero fazer tanta coisa acontecer, eu quero ser de tantas maneiras, eu quero viver do jeito que eu sempre quis viver, eu quero poder ser independente e satisfeita, quero ver tudo isso acontecer. Mas antes que eu veja isso tudo realizado, caio no sono. Algumas vezes sonho com o que estava imaginando, em outras, apenas desapareço num grande buraco. E antes que consiga me deixar engolir por esse grande buraco, o despertador toca, eu acordo meio morta, e começa meu dia de estudar e trabalhar, e começa meu dia de imaginar coisas pela janela do ônibus, assim que eu abro a porta, assim que eu começo a escrever, assim que eu começo a falar. Porque eu ponho verdade nas minhas palavras, eu ponho sentimentos, eu ponho a mim mesma em cada letra.

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