terça-feira, 6 de novembro de 2012

Prédio em construção

No embalo dos sons da noite, talvez aquilo seja eu... Um prédio inativo. 
Ele está desmoronando? Não. Apenas não acabou de ser construído. 
Eu não sabia que viver poderia ser tão difícil... Tantos fatos e questões com os quais os "adultos" lidam... O que mais me chocou até agora, foi a comprovação nua e crua de que o amor "eterno" é para poucos... Muito poucos. Como disse Martha Medeiros uma vez: "Deveria existir educação para o divórcio". Eu nunca tive esse tipo de educação, mas nunca desisti completamente do amor. Um pouco sim, mas nunca totalmente. Talvez esse seja o choque entre fantasia e realidade. "Vou ou não vou?"
Aquele prédio sou eu. Solitário, ouvindo os sons da noite, com seus tantos andares desertos... Pouco a pouco as coisas vão se encaixando. Tijolo por tijolo, piso por piso, tinta por tinta. E quando ele finalmente estiver terminado, poderá receber pessoas.
Um homem andando na noite, numa calçada aleatória... Ele não consegue dormir por conta dos efeitos colaterais de ser um adulto. Ele pensa comigo: "Aquele prédio se parece comigo. Solitário na sua construção, em sua procura por coisas que nem ele sabe o que são... Uma jornada solo, mas com um final rodeado de pessoas. Aquele prédio se parece mesmo comigo... Dois solitários e estranhos, de um jeito parecido."

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