quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Qualidade


                      
Já que não posso relaxar enquanto durmo (porque venho tendo sonhos perturbadores), que eu relaxe quando estiver acordada então. O estranho é que eu nunca me interessei muito por filmes antigos, mas agora estou dando uma chance pra eles. Ontem vi "Bonequinha de Luxo" e hoje vi "Quanto mais Quente Melhor". Os dois filmes são ótimos e o que me deixa mais fascinada por filmes antigos é a inocência com que eles lidavam com temas pesados, como a prostituição, que acontece em "Bonequinha de Luxo". Mas quando se vê o filme, bate a dúvida se a garota realmente é prostituta, porque não parece nem um pouco, ela parece no máximo uma garota festeira, independente e interesseira, mas nada tão condenável. Eu achei isso bem engraçado. E os beijos? Beijos de filmes antigos são como os beijos dos filmes da Disney atuais, como se eles quisessem negar a todo custo que o sexo existe e que todo mundo faz em algum momento da vida. Essa é uma coisa que me irrita na Disney, porque eles querem passar uma inocência entre os jovens que de fato não existe mais, como se todos se casassem virgens e um anel idiota garantisse alguma coisa a mais do que a palavra de uma pessoa. É realmente irritante eles não lidarem com isso, porque seria muito mais sábio admitir e orientar os jovens a fazerem a coisa certa, afinal, estamos em 2012! Enfim, hipócritas sonsos. Porém, essa não é uma coisa que me irrita nos filmes antigos, porque são de outra época e o fato de eles tratarem o assunto dessa forma inocente era uma coisa do tempo, então é compreensível. Torna-se algo bonitinho e até mesmo histórico. Me faz pensar que algumas coisas eram mesmo muito mais simples antigamente, exatamente como nossas avós e avôs nos falam.
Seria ótimo se pudéssemos juntar algumas coisas antigas com as atuais... Comprar peças vintage é o mais perto que podemos chegar e mesmo assim, continua bem longe. Mas a simplicidade, a facilidade ou a dificuldade, dependem unicamente de nós. Cada um pode ter seu próprio tipo de simplicidade, sem se apegar a padrões de época alguma, a não ser seus próprios padrões de discernimento de certo ou errado. É assim pra todo mundo. Eu escolhi viver desse jeito, mas nada me impede de admirar os filmes antigos, que apesar de terem muito menos tecnologia do que os atuais, não ficavam atrás dos nossos não, ganhavam nas histórias e nos atores, era outro tipo de qualidade, mas que mesmo assim não deixava de ser uma qualidade. Talvez seja essa a grande resposta para nossas maiores dúvidas: pode não ser a qualidade que conhecemos, mas mesmo assim, não deixa de ter o seu valor. E se olharmos bem, vamos aprender a reconhecer esse valor e fazer o diferencial em nossas histórias e em nossa convivência com as pessoas. Afinal, é muito mais importante ter uma qualidade que nos faça feliz do que ter uma qualidade que não provoque estranhamento aos olhos dos outros.

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