quinta-feira, 24 de março de 2011

SONETO LXXXVIII.



“Quando me tratas mau e, desprezado, 
Sinto que o meu valor vês com desdém, 
Lutando contra mim, fico a teu lado  E, inda perjuro, provo que és um bem.  Conhecendo melhor meus próprios erros,  A te apoiar te ponho a par da história  De ocultas faltas, onde estou enfermo;  Então, ao me perder, tens toda a glória.  Mas lucro também tiro desse ofício:  Curvando sobre ti amor tamanho,  Mal que me faço me traz benefício,  Pois o que ganhas duas vezes ganho.  Assim é o meu amor e a ti o reporto:  Por ti todas as culpas eu suporto.”

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