quinta-feira, 24 de março de 2011

Amar.


Que pode uma criatura senão,
Entre criaturas, amar?
Amar e esquecer,
Amar e malamar,
Amar, desamar, amar?
Sempre, e até de olhos vidrados, amar?

[...]

Este o nosso destino: amor sem conta,
Distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
Doação ilimitada a uma completa ingratidão,
E na concha vazia do amor a procura medrosa,
Paciente, demais e mais amor.

[...]

Carlos Drummond de Andrade

Nenhum comentário:

Postar um comentário