quinta-feira, 24 de março de 2011

Marcas.


Marcas.
São só o que eu tenho.
Marcas.
São tantas que algumas foram feitas,
Mas eu não me lembro.

Marcas.
A minha vida é feita de marcas.
Marcas na minha alma e na minha trajetória,
Feitas por amores e familiares.
Marcas são o que me compõe,
São elas a causa de cada lágrima.

Marcas.
Não consigo contar quantas vezes eu fui magoada
E marcada.
E por onde eu passe
E pra onde eu vá,
Não consigo fazê-las parar de sangrar.

Marcas.
Calam a minha voz,
Transformam o papel na minha única maneira
De ser verdadeira.
São elas que me destroem a cada dia e
Raramente me trazem alegrias.

Marcas.
Marcas do Sol,
De seus raios não tenho salvação,
Nem mesmo com um lençol.

Marcas.
Desde que nasci sou marcada
E constantemente testada.
Já apanhei da vida
E das palavras,
Que vieram das pessoas que me deixaram marcada.

Marcas.
Apesar de elas existirem em mim
Eu não perco a esperança de um dia
Conseguir cicatrizá-las.
E poder fazer poesias que não falem sobre as marcas,
Pra poder falar da luz do luar.

Um dia eu vou gritar para essas marcas
Pararem de me infernizar.
Até lá, me deixe aqui trancada a chorar,
Vendo e sentindo o sofrimento me marcar.

               Carolina victorino Hasterreiter Mattos

Nenhum comentário:

Postar um comentário