segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Algumas vezes, todas as vezes

Às vezes sou fofa, mas só às vezes. Na maioria das vezes não sou flor que se cheire.
Na maioria das vezes acho graça dos desastrados, mas às vezes os mando tomar um remédio pra retardio.
Quando dou sorrisos grandes, das duas, uma:
Ou é por educação, ou eu realmente vou com a sua cara.
Às vezes dou gargalhadas falhadas, entrecortadas, porque a graça não é muito lá grande pra me fazer escancarar a cara.
Mas quando é engraçado de verdade, eu solto a minha risada mal assombrada que todo mundo olha e gosta, que todo mundo ri junto, pois não existe outra reação e nem outra resposta.
E às vezes eu tenho vontade de ir à praia, mas na maioria das vezes quero dormir numa casa aquecida, rodeada por neve.
Na maioria das vezes quero dormir, na verdade.
E falando sobre dormir, preciso falar mais uma vez do fato de que eu odeio manhãs e tenho uma paixão exagerada pela Lua?
Eu sou da noite, mas mais de casa do que da rua.
Eu sou doida, séria e fofa, tudo isso junto e mais alguma coisa. Neurótica conta nessa lista de mais alguma coisa. E dramática, e determinada, e carinhosa, e irritada e mal criada.
Amo Martha Medeiros, amo Stephanie Perkins. É, eu tenho mesmo essa coisa de estar perdida no tempo, onde me sinto bem num breve espaço entre ser pequena e ser grande. Mas esse breve espaço é grande o suficiente pra me fazer sentir em casa, pra me fazer sentir parte de algo, pra saber melhor sobre mim, e continuar seguindo, e continuar assim.
Às vezes entro em outra dimensão em que não vejo mais nada ao meu redor, em que nada mais existe, é como se estivesse sonhando no meu lençol. Mas é apenas outro momento de distração qualquer, é isso que é.
Muitas vezes visto preto, pois com todo respeito, ele é o melhor amigo dos gordos. Ou de quem se acha gordo, parecendo um mamute bêbado de tão destrambelhado, prestes a cair, prestes a começar a chorar, ou sorrir. 
E sim, na maioria das vezes não posso evitar ser sarcástica, na maioria das vezes não posso evitar fazer piada com a minha própria "desgraça", pois esse é o único jeito de continuar andando sorrindo, mesmo estando descalça em xixi de mendigos.
Não digo isso literalmente, claro. Se isso acontecesse comigo, pessoas do mundo inteiro ouviriam o meu grito, pois se tem coisa que me dá nervoso é sujeira, é pensar em quantas doenças eu poderia contrair pra vida inteira, é pensar em não estar mais perfumada. Essa é a parte "neurótica".
E se tem outra coisa que eu não posso evitar é escrever, pois é tanta criatividade, é tanta imaginação transbordante, são tantos delírios e sonhos, sentimentos duradouros e momentâneos, que eu preciso por isso tudo em alguma coisa de algum jeito. 

Comecei escrevendo, parei. Já dancei, já fiz teatro, já desenhei, já pintei, já fiquei de saco cheio e depois disso tudo, voltei a escrever. Vamos ver por quanto tempo dessa vez, vamos ver o que vai ser.




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