terça-feira, 2 de julho de 2013

Chuva

Eu interpretei aquela chuva de ontem como um sinal de benção. Mesmo tendo molhado minha sapatilha toda, o que me deixou irritada, pois tinha lavado-a um dia antes, interpretei como um bom sinal. Pra mim, chuva é vida, são ciclos terminando e renovando, pra mim chuva é movimento, e tudo o que tem vida se movimenta, e isso é muito maior do que a catástrofe que foi feita na minha sapatilha. 
Estamos na metade do ano já, e estou iniciando mudanças numa "velha" fase, o que deixa-a com gosto de nova, e quem me conhece, ou quem me lê aqui, sabe que sou  viciada em mudanças, novidades, recomeços. Aquele gosto novo de algo desconhecido, a vontade de explorá-lo e vivê-lo, a vontade de sair da rotina, ou de pelo menos ter uma nova rotina, movimentam-me sempre, despertam minha alma e estimulam minha mente. Eu sou sim uma viciada em mudanças, mas graças a Deus, isso não é algo tratável. 
Graças a Deus não sou uma pessoa presa, fincada, sem perspectiva, sem ideias e ideais, sem imaginação, sem uma abertura de 360° na cabeça, sem coragem. 
Pois sim, eu não tenho medo de nada, eu tenho é pressa e vontade de fazer e viver tudo o que eu puder. Ninguém me prende, ninguém comanda a minha vida além de mim. Ninguém tem controle sobre mim, além de mim mesma. O que eu faço, faço porque quero, o que vivo, vivo como quero. É a minha direção, a minha maré, a minha trilha. 
Pessoas independentes e desbravadas, podem ser também muito solitárias, é verdade. Tudo tem um preço, mas pra mim, viver como um robô repetindo as mesmas coisas sempre e fazendo apenas o que os botões o programam, é um preço muito maior, um preço pelo qual não posso pagar, um modo no qual eu não aguentaria viver. 
Talvez eu chegue em todo lugar, ou lugar nenhum, talvez eu voe ou dirija, talvez eu me mude ou me torne diferente, talvez eu enlouqueça ou fique politicamente lúcida. Mas pensando bem, todo político tem seus podres fedorentos logo atrás, todos eles a um passo de virem pra frente. Então, acho que prefiro enlouquecer. Então, acho que prefiro não obedecer, então, acho que prefiro ser mal interpretada, então, acho que prefiro ser solitária, então, acho que prefiro ser como sou, pois afinal, há sempre alguém que gosta de mim, em todo lugar que eu vou. Existem loucos por aí que se conectam uns aos outros, existe quem consegue se enxergar nos olhos de alguém, na mente de alguém, no rosto de alguém, na vida de alguém e no jeito de alguém. E eu sempre encontro alguém assim. Posso ser solitária, mas não sou sozinha. Posso ser tudo, menos medrosa ou dependente. 
A chuva de ontem trouxe bons presságios, bons pensamentos e boas certezas. A chuva de ontem abençoou o início de algo bom.

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