segunda-feira, 28 de julho de 2014

A morte da perda


A morte da perda é uma coisa infernal 
Quando morre até mesmo a saudade daquilo que você perdeu, não existe mais nada 
Tudo aquilo desaparece, é como se nunca tivesse existido 
Todos nós estamos condenados ao esquecimento 
Vivemos esperando pela permissão de um dia finalmente conseguirmos voltar para o nosso lugar de origem: 
O grande buraco do inexistente. 

Eu não existia antes, você não existia depois 
Existimos agora, somente agora 
Não existimos ontem e não existiremos amanhã 
Somos todos insignificantes 
Tão fracos que somos capazes apenas de existir por um momento 
E no momento seguinte é como se nada tivesse tido nem mesmo a vontade de nascer 

A morte da perda é uma coisa infernal 
O vazio do esquecimento é uma coisa cruel, proporcional à grandeza de todas as coisas vividas que por um momento causaram sensações intensas, ao ponto de movimentar a alma 

O esquecimento é cruel 
A morte da perda é infernal 
O vazio é tão surreal, que chega a ser sobrenatural. 

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