domingo, 26 de janeiro de 2014

Insônia



São 1h da manhã e eu não consigo dormir... E ultimamente tem sido cada vez mais difícil pra mim fechar os olhos pra noite e viver o dia. Ultimamente tenho estado num caos de exaustão quase o tempo todo, com exceção dos meus domingos de folga, quando não tenho hora pra acordar. Fora esses dias, sou sempre a última a dormir e a primeira a acordar... É uma exaustão completa, uma pressão que eu mesma coloco em mim... Não quero mais viver desse jeito. Todos os dias eu me culpo por não ter começado a faculdade no ano em que me formei na escola. Todos os dias me culpo por não estar procurando de verdade um emprego melhor, todos os dias me culpo. A questão é que eu não posso mais continuar vivendo desse jeito. Em maio faço 20 anos, e não quero que a minha vida seja assim. Não quero continuar a ser dependente da minha família, não ter nem mesmo o meu próprio quarto, não poder namorar porque minha avó não concorda, não poder fazer nada que a minha avó não concorda só porque eu vivo na casa dela. Eu trabalho, e so what? Continuo tendo que dar satisfações e adaptar a minha vida pro que eles acham certo, e acho que já estou muito velha pra isso. 
Eu envelheci cedo, sabe? Passei por muita coisa na infância e sofri quando comecei a abrir os olhos e ver todas as coisas erradas e perceber que onde eu vivia, eu era a única que enxergava. E foi assim que aprendi a ser solitária e deixar a maior parte dos meus pensamentos nessa minha estranha mente criativa. E olha que eu já falo bastante. Mas acredite, isso não é nem a metade. Não sou fã de ficar fazendo draminha, mas hoje, nessa madrugada aqui, estou tão de saco cheio de tudo que quero mais é falar. E quem vier pra cima de mim com pena vai levar um chute. Não quero pena, quero apenas falar.
Sabe o que eu penso quando vejo uma garrafa d'água gelada fora da geladeira? Enquanto as gotas escorrem no lado de fora da garrafa e eu ouço "If I Ever Get Around To Living", eu me pergunto como elas foram parar ali se ninguém derramou a água. E eu sei que a ciência provavelmente tem uma resposta pra isso, mas sinceramente, nunca fui uma pessoa exata, sou humana até demais, por isso não ligo tanto assim pra ciência, mesmo que seja bastante curiosa com assuntos inúteis e até tenha curtido uma página no FB sobre curiosidades científicas, históricas e aquelas que todos nós poderíamos passar a vida sem saber e não fariam a menor diferença pra nossa evolução humana. Ou regressão. 
De qualquer forma, eu penso que todos nós somos meio que assim também. Derramados mesmo que ninguém tenha derramado. Todos nós já nascemos com algo derramado ou derramados em algo. Quando a primeira gota se forma, é a vida dando sinal de intensidade, dando sinal de que, ainda bem, transbordamos de sentimentos extremos, ou confusos, ou apenas ridículos, como é normal do ser humano. Caos sempre deixa as coisas mais interessantes. Mas caos demais pode fazer com que as gotas externas não sejam suficientes pra equilibrar o interior e você derrame toda a garrafa. Nesse momento, a minha garrafa está meio equilibrada. Mas desequilibrada o suficiente pra me dar ideias de emergência e ativar meu instinto de sobrevivência. Porque se eu continuar vivendo assim, não vai dar, eu vou virar a garrafa inteira e ainda vou chutar todas as gotas. Internas e externas. Mas talvez eu vire a garrafa de propósito, só pra ver o que acontece quando ela se tornar vazia e precisar ser preenchida novamente. Talvez eu precise de novos preenchimentos internos, antes de me preocupar com os externos. Agora é oficial: Se eu não mudar as coisas, eu vou ficar louca, ou vou explodir a minha garrafa na cara de alguém. 
Escrevi esse texto ridículo em 32 minutos e nem sinal do meu sono.

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