segunda-feira, 21 de maio de 2012

Vivendo o presente, prevendo o futuro



Estou andando pelas calçadas dessas ruas de lugar nenhum. Ninguém me reconhece, ninguém sabe quem eu sou, ninguém me vê. Eu estou camuflada. Andando pela multidão com minhas gastas sapatilhas pretas, com os fones nos ouvidos, ouvindo músicas que me fazem pensar, viajar ou querer dançar. Viva o anonimato! Viva a liberdade de ir e vir sem ter que dar satisfação ou explicações! Se eu soubesse que esta vida seria tão simples assim, teria nascido antes.

Eu gosto de andar e permanecer desconhecida. Por enquanto. Eu gosto de poder me esconder em plena luz do dia. Eu gosto de fotografar as imagens especiais que aparecem na minha frente, sem ter que ter motivos pra fazer isso. Nenhum motivo maior do que a minha vontade. Existe um motivo mais forte do que esse? Somos racionais, mas esquecemos de que somos animais também e que em muitas vezes o instinto nos controla. Eu tenho orgulho de dizer que sou racional, mas que escolhi ser indomada por livre e espontânea vontade. E por respeito a alguns instintos que eu tenho aqui dentro.
Mesmo amando toda essa sensação de ser anônima, sou obrigada a admitir que não quero ser anônima durante todo o tempo. Só tem um momento em que eu quero ser tão visível e clara como luzes de neon, e este momento, será quando você passar por mim na calçada em algum dia, em algum país qualquer, em uma rua qualquer. Eu quero que você me veja e que acabe com a minha espera, porque eu estou esperando por você há muito tempo. Vou sempre esperar. Porque algo dentro de mim diz que se está demorando tanto, é porque com toda certeza desse mundo, vai ser um encontro extraordinário e mais do que especial. E momentos grandiosos precisam de tempo para serem preparados. São muitos detalhes pra cuidar. Mas não importa quanto tempo leve toda essa preparação, porque sempre chega o dia da inauguração.
Tenho certeza que no dia em que você me ver, por um acaso não tão ocasional assim, eu vou estar com os fones nos ouvidos ouvindo “The dog days are over”. E será nessa hora em que nos olharemos bem fundo nos olhos e então nada mais será igual. 

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