segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Talvez um desbloqueio



Às vezes escrever é tão difícil... Principalmente quando sua cabeça está cheia de ideias, tantas, que fica quase impossível de se concentrar só em uma. Dizem que escritores são calados, observadores ao extremo, sempre gravando cada passo e cada palavra de cada uma das pessoas que estão à sua volta. Dizem que escritores estão sempre concentrados no mundo dos outros, menos em seus próprios. Acho que isso me faz então, uma não escritora.
Eu falo muito. Não calo a boca, quem me conhece sabe que eu sou assim, puxei meu pai. Mas nos dias em que estou quieta, nos dias em que meus olhos parecem apenas estar abertos, como figurantes, pois não assimilam nada, eu não estou observando ninguém, eu estou totalmente imersa em meus pensamentos, estou vivendo num outro mundo. Não me leve a mal, eu falo muito, mas também adoro uma história, sou uma boa ouvinte. É assim com os livros, é assim com as músicas, é assim com os filmes e seriados. Eu adoro uma boa história, seja ela épica, seja ela ridícula. Se ela é boa, eu vou me interessar. Talvez seja por isso que tantas pessoas com as quais eu perco contato aparecem num belo dia muito tempo depois, me querendo como ouvinte para seus problemas e frequentemente como conselheira. Não sei se estou em posição de aconselhar alguém, provavelmente não, mas quando digo algo pra alguém como aconselhamento, digo de coração, digo desejando do fundo da minha alma que as coisas melhorem pra quem quer que tenha vindo me procurar, não consigo negar ajuda pra ninguém. E se você está se perguntando se por um acaso eu fico irritada por ser procurada pela maioria das pessoas apenas pra isso, eu digo que não. Eu costumava ficar muito irritada, mas isso já acontece desde a infância. Eu tinha que me acostumar eventualmente. 
Isso fez de mim mais forte. Nada como os problemas dos outros pra você esquecer os seus, mesmo que seja por apenas um momento. Eu sou irritante, sou independente, não fico esperando por ninguém. Faço a maioria das coisas sozinha e não me incomodo. Às vezes é mais complicado assim, mas é assim que eu gosto, faço do meu jeito, como eu quero, quando eu quero. Eu sigo as minhas regras, e se eu me ferrar, não levo ninguém comigo, assim como se fizer algo que dê certo, o mérito é só meu. Aprendi a gostar da minha própria companhia, aprendi a me virar. Não me leve à mal, não é que eu não goste de estar com pessoas, eu adoro, mas não fico esperando estar com as pessoas. Se estiver, ótimo, se não estiver, vou sozinha. Questão de costume. 

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