segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Nada

Dizem que não se pode voltar pra casa
Mas eu continuo voltando
Meus pensamentos não me deixam seguir
Essas lembranças me empurram
E eu me sinto sufocada, me sinto perdida no nada.

Estou no meio do nada
No meio do nada naquela minha casa
Não há nada lá pra mim
Mas mesmo assim, é lá que estou 
E não aqui
Eu continuo voltando, continuo vagando no nada
Aquela casa não existe mais, é simplesmente nada
Mas eu continuo voltando, continuo vagando no nada.

Aquela terra que me fez forte 
Aquela terra que tentou me tirar a sorte 
Aquela terra que tantas vezes me fez querer a morte
Aquela terra, que deveria estar morta
Mas não morre.
Não morre, pois continuo indo pra lá
Continuo me perdendo numa teia de lembranças que não existem mais
Continuo me prendendo com correntes imaginárias 
E porta-retratos quebrados.

Essas lembranças não existem mais
Essas lembranças não são nada
Mas mesmo assim, eu continuo voltando pra elas.
Continuo voltando pra mesma casa
Vagando no meio do nada.

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