sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Oceano

Eu não tenho medo de me jogar de cabeça.
Eu não tenho medo de ser gorda, como também não tenho medo de ser magra.
Eu não tenho medo de parecer ridícula por ter espinhas depois de ter passado da idade.

Eu tenho medo de não dar o meu melhor por medo. Eu quero correr riscos e me jogar de cabeça por aquilo que eu acredito, pois só eu posso lutar minhas batalhas.
Eu tenho medo de me sentir mal por mais de um dia por causa da minha aparência. Tenho medo de acabar comigo mesma para me encaixar nas exigências dos outros... E quem são os outros afinal?
Eu tenho medo de ter rugas antes da hora só porque todos exigem que eu corra mais rápido do que o tempo. E mais uma vez: quem são os outros?
Eu tenho medo de deixar de ser eu.

Eu não tenho medo de sofrer.
Eu não tenho medo de me decepcionar.
Eu não tenho medo de mudar de cabelo só porque tive vontade por cinco minutos.

Eu tenho medo de não ter lembranças das coisas que significaram o mundo pra mim. Se sofremos é porque realmente foi importante e se foi importante, é porque foi real e maravilhoso.
Eu tenho medo de não criar expectativas e me tornar uma velha chata pessimista que enche a boca pra dizer que não faz planos para não se decepcionar. Ninguém vive desse jeito, a diferença é que eu tenho coragem de admitir. E sim, eu sou uma pessoa esperançosa. E sim, eu espero o melhor da maioria das pessoas. E sim, eu estou em extinção. 
Eu tenho medo de deixar de ser espontânea e de não atender minhas próprias vontades momentâneas de vez em quando. E como eu quase não mudei de rosto desde a infância, meus cabelos diferentes são o que definem a passagem do tempo. Essa é a minha maneira de ser mutável, de não ficar congelada sempre na mesma coisa. Quem muda, quase sempre evolui. 
Eu era uma adolescente idiota que dançava no meio da rua e dava o maior dos abraços quando encontrava um amigo ou uma amiga. E também gritava muito. Bem, essas coisas não estão tão diferentes hoje em dia, exceto que eu me tornei mais silenciosa e diminuí minhas danças públicas. Mas eu sempre vou abraçar minhas pessoas importantes com todo o meu coração e sempre vou rir sozinha toda vez que lembrar de algo bom.

O tempo pode passar e eu perder algumas características, ganhar novas e remodelar velhas, mas eu sempre serei eu. Por eu ser tudo o que eu tenho, me mantenho fiel à mim mesma, me mantenho fiel a vida que eu quero viver. Me mantenho fiel às minhas crenças e convivo comigo bem, pois acho que finalmente estou começando a entender a minha cabeça louca. Mas eu gosto de ser difícil e incompreensível. Pessoas assim se tornam interessantes.
Todos têm seu charme. E às vezes o seu charme é não ter nenhum.

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