quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Sutiã


Tirar o sutiã não é uma libertação? Sei que isso parece um pouco feminista demais, mas essa questão ficou entranhada na minha cabeça desde ontem, na hora em que eu fui dormir e tirei meu sutiã. E é mesmo verdade, é muito bom mesmo. Talvez os homens vivam andando sem cueca por esses mesmos motivos: a sensação de liberdade, o conforto, a sensação de estar à vontade. Tem coisa melhor do que isso? É como estar entre amigos: você se sente livre pra ser quem você é.
Claro que não vamos ficar andando por aí sem sutiã, até porque fica feio, mas esses momentos em que podemos fazer isso são ótimos. Somos mulheres, temos que nos cuidar e nos valorizar acima de tudo e procurar sempre buscar o equilíbrio entre o conforto e a responsabilidade, entre o direito e o dever, entre o sorriso e a lágrima. Mulheres têm tantas coisas para se preocupar não é mesmo? Maquiagem, cabelo, roupa, sapato, peso, depilação, pílula, absorvente, namorado, mãe, pai, marido, filhos, irmãos, amigos, trabalho, diversão... Tudo para estarmos aprováveis aos nossos olhos e também aos olhos dos outros. Esforçamo-nos para sermos cultas, inteligentes e bonitas e mesmo assim continua bem difícil de ser feliz pra muitas por aí.
 Há também aquele tipo de mulher que não se importa com mais nada, que simplesmente vulgarizou geral, que abre a boca pra libertar as abelhas que por tanto tempo estavam machucando-a internamente e que não quer saber a quem isso vai afetar e que consequências esse ato pode causar. Todas nós fazemos isso de vez em quando, já que somos humanas e temos também nossos momentos de pequenos surtos, mas ninguém tem que saber tudo o que se passa na sua cabeça, assim como ninguém tem que saber tudo o que acontece na sua vida porque isso só abre mais espaço para julgamentos e críticas e eu acredito que estamos todas cansadas disso.
Eu já fui assim: falava tudo o que vinha na minha cabeça, sem pensar no que isso podia causar, mas agora eu sempre filtro o que eu penso antes de falar, ou pelo menos resumo bem a história. Claro que nos meus momentos de estresse abelhas voam para todos os lados, mas até que esses momentos diminuíram bastante. Acho que eu finalmente estou saindo da fase dos hormônios loucos da adolescência e me tornando uma adulta mais controlada. Porém, nada disso impede que eu sorria quando tiro meu sutiã e sei que vai ser assim com 14 anos, 18, 30 ou 70. Todo mundo adora liberdade e não existe idade certa para adorá-la, assim como não existe idade certa para viver.

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