sábado, 22 de setembro de 2012

Recheio


Os anos são muito grandes, com muitos números, fatos e rotina, muita rotina. Tanta rotina que às vezes eu penso que virei um robô ou que estou presa num CD arranhado. Eu odeio rotina, mas é assim que pessoas não milionárias vivem, infelizmente. O importante é nunca perder a chance de fazer o diferencial quando possível, porque é isso que nos torna espontâneos. Pode ser todo dia, ou de tempos em tempos; pode ser uma coisa grande bem pequenininha, o que importa é fazer em algum momento.
Nesses 365 dias nos quais vivemos, verdade seja dita: Não acontece quase nada. Temos um grande acontecimento em janeiro, depois outro em maio, quem sabe... Talvez tenhamos outro em setembro e quem sabe você tenha um Ano Novo incrível... Mas a verdade é que "Ano Novo incrível" é mais uma coisa de cinema do que de realidade.
Na maior parte dos dias não acontece nada, mas um dia, acontece. E é sempre esse dia que ofusca todos os outros. Um dia é capaz de mudar a rotina, é capaz de mudar as pessoas, é capaz de mudar uma vida. Dias como esses são feitos para serem fotografados, porque marcam grandes inícios ou grandes finais, mas os dias comuns são feitos para serem anotados, já que são neles em que construímos as coisas duradouras. Eu odeio rotina, mas a verdade é que os dias comuns são as construções, o desenvolvimento, a trajetória, o desenrolar da história, caminhando para outro grande dia, que é o desfecho. Por isso eu estou meio que me convencendo de que seríamos grandes vazios sem esses dias comuns. Assim como certos biscoitos não são nada sem seus recheios.

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