terça-feira, 10 de abril de 2012

Tantas formas, o mesmo sentimento



Até onde o amor é capaz de chegar? Falo agora sobre o amor de um modo geral. Eis as formas que eu o senti: amor de filha, amor de amiga, amor de irmã, amor de namorada, amor de neta. Tem também um tipo de amor sem nome, que é o amor que eu sinto pelo meu irmão mais novo. Talvez esse seja o mais perto que alguém consegue chegar de saber como é amar um filho sem de fato ter um. Só eu sei o quão foi particularmente difícil deixá-lo quando eu me mudei. Não o deixei de fato – ainda o vejo sempre que posso -, mas foi o mais distante que fiquei dele desde que ele nasceu, há quatro anos atrás. Não chorei em todas as noites, mas chorei em algumas. Mas pensar... Pensei nele em todos os dias e noites.  Agora eu estou melhor, acostumada e procuro pensar em coisas que me confortem e que me dêem motivo para continuar onde estou quando a saudade fica grande demais. Talvez seja isso que o meu pai sente quando fica mais de um mês longe da gente, talvez fosse isso que minha mãe sentia quando éramos pequenos e íamos passar férias com ele. Talvez seja isso que ela esteja sentindo agora com a minha mudança. Mas tenho certeza de que pro meu pai sempre foi pior. Eu convivi com a minha mãe continuamente por dezessete anos, ao passo que com o meu pai, quando conseguíamos passar quinze dias seguidos juntos era algo fora do normal, uma raridade. Na maioria das vezes era um final de semana ou um dia.
Agora estou conseguindo conviver um pouco mais com ele, talvez consiga até mais daqui pra frente, mas quem é que sabe se isso será o suficiente? Provavelmente os anos perdidos nunca serão compensados.
Porém, seria errado da minha parte dizer que só ele não me viu crescer, porque eu vivi sempre com a minha mãe e ela ainda não entendeu que eu cresci. Talvez não tenha crescido totalmente, mas por hora, o suficiente. Minha família sempre será uma questão complicada na minha vida.
Termino essa coisa meio sem sentido, dizendo que tenho um sério medo de ter filhos um dia. Não tive a pior das vidas, mas passei por algumas coisas que não desejo nunca que meu irmão mais novo passe. Então acho que isso significa que também não gostaria que um filho meu passasse.
Se você nunca pensou sobre isso, talvez essa seja a hora. Infelizmente nunca pude me dar ao luxo de adiar questões como essa; isso sempre veio até mim deixando bem claro que existe e que eu tenho que ter muito cuidado com as minhas escolhas. Pense sobre isso. E quando achar que pensou o bastante, pense mais, até chegar o mais perto possível de uma resposta ou de uma certeza. Porque total resposta e total certeza nunca temos, 20% é sorte. Então, faça o melhor com seus 80%.

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