segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Super Lua

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Hoje, eu apaguei todas as luzes da casa 
E sentei nos fundos.
Esperei que a luz da Lua penetrasse por meu óculos, e chegasse nos meus olhos míopes 
Esperei que pudesse reconhecer em minha alma, que sou grata 
Por estar viva, testemunhando seu brilho.

Posso sentir sua energia 
Influenciando as marés à minha volta,
Produzindo melancolia. 
Produzindo também, vida.
Pois estou aqui, essa noite, nos fundos da minha casa 
Sendo apenas admiradora.

Esse suor é só daqui 
Esse mormaço, esse calor exagerado 
É do Rio, sei que nunca sentirei isso em outro lugar.
É dessa Ilha em que nasci, 
É dessa Ilha... Voltei tantos anos depois.
É aqui, embaixo do mundo, que sinto o suor escorrer lentamente sob minha pele 
Bem quando acabei de sair do banho. 
É só aqui que aguento os mosquitos no escuro 
Apenas para sentir o brilho da Lua.

E estou cansada.
Me sinto sem energia para pensar no próximo passo 
Parece que já vivi mais de mil vidas nessa vida 
Parece que já vi mais de um século por esses olhos 
Parece que já senti um milhão de sensações por essa pele... 
Abraços, gritos, sorrisos, pernas entrelaçadas, tantas lágrimas, carinho, sonhos, êxtase, chão, palavras.
Saudade.

Tanta saudade que nem cabe em mim.
E essa mesma Lua, testemunhou isso tudo.
Posso sentir, sentada aqui, nos fundos da minha casa, com as luzes apagadas. 
Posso sentir pelo suor que escorre por minha pele. 
Posso sentir tudo.  

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