quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Despertar

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Que entre o sol por essas janelas,
Pois já não controlo nada.
Nunca controlei, na verdade. 
Mas houve um tempo da minha vida em que pensei 
que só não estaria mais em minhas mãos,
Quando me juntasse aos vermes.
Mas agora eu sei.
Não há nada entre o desejo e o controle
se não o acaso.
Meus efeitos já não fazem mais efeito
E eu cansei de brigar.

(Quando escrevo, escrevo meu coração do lado de fora 
E não tenho pretensão de ser arte
E se acabar sendo, bem... Acaso.
Sentimentos não foram feitos para serem analisados 
É um momento que pode não durar nada
E às vezes perdura a eternidade.)

Minhas fugas foram causadas 
Mas se cheguei em tantos lugares, é porque fui implantada 
por desejos.
Sinto todo o peso que a vida que eu tive poderia me fazer sentir.
Mas ainda entro por portas entreabertas,
subo na cama e parasito
O corpo alheio.
Ainda pulo janelas e desapareço
Eu ainda sou descontrolada 
pois preciso de mais.

Eu quero ser virada do avesso
E quero carne.
Quero entrar pela porta entreaberta
E desaparecer pela janela depois.
Mas eu não controlo quando, nem onde 
Pois sou fruto do acaso
E inevitavelmente acordo de manhã 
Na cama que parasitei quando ninguém estava olhando.
E eu sinto o sol entrando por essas janelas...




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