terça-feira, 29 de março de 2016

Aquela coisa de sempre e mais outra coisa

O tempo não me sente, 
Mas eu o sinto. 
Anos atrás, ouvi a mesma música 
Anos atrás achei que tudo acabaria
Eu ainda estou aqui... 
Nada mudou.

O tempo não me sente, 
Mas eu o sinto. 
Gostaria de não sentir... 
E de não perceber 
Que tudo permanece igual.
Às vezes só queria que 
Houvesse uma explosão 
Onde tudo seria obrigado a terminar
Para que eu pudesse então 
Construir do zero
Mais uma vez.

Pois meu vício em mudanças não passa 
E o tédio que a rotina me causa, perdura. 
E eu já não sei mais como aceitar 
Que haverão tempos de mais do mesmo 
Que haverão fases de estabilidade 
Mesmo que essa estabilidade não seja boa 
Ela virá para mim mesmo sem eu ter pedido 
Assim como o vento venta sob condições 
Que estão além do meu controle.

Eu quero me construir do zero 
Pois todo dia, quando sinto o tempo 
Tenho medo de ser tarde demais.
E esse é o desespero maior de mais uma madrugada igual
À tantas outras 
Que eu já não suporto mais 
Pois meu vício em mudanças não passa 
E o tédio que a rotina me causa, perdura.

O tempo não me sente, 
Mas eu o sinto.
Esse é o pior dos amores não correspondidos.
É como uma mulher que seduz lindamente 
Mas nunca chega perto o bastante
Para acontecer o beijo.
Talvez o tempo seja eu
Talvez eu não seja ninguém
Além de uma ansiosa perdida num inferno astral de madrugadas sem fim
E nada disso importe 
Assim como nada 
Do que eu controlo importa:
Quero apenas o que não tenho.

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