sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Bando de tal

Unhas sujas
Mochilas rasgadas 
Cabelo mal cortado, vida sem esperança de nada 
Esse é o poema dos esquecidos 
Dos largados e dos fracassados 
Dos mal amados, dos que amaram mal 
Dos que desejaram o mal 
Dos que nunca souberam lidar com o formal 
É esse o poema.

Poema desse bando de gente, poema desse bando de tal
Nunca serão nada 
Nessa terra de engravatados 
Nunca serão nada na cabeça desses bem educados 
Esse é o lamento desse bando de tal 
Que vivem em suas favelas 
Seus buracos com quintal

Como sofre esse bando de tal...
Nasceram programados para não quererem nada 
E para nunca sentirem-se como nada além de pobres largados 
E o pior é que muita gente talentosa vive no meio desse bando de tal 
Gente que infelizmente nunca conseguiu ter uma visão maior do que a de seu quintal.

Se alguém pudesse ao menos abrir o portão 
Se alguém mostrasse ao menos que existe mais do que isso 
Se alguém os visse como mais do que apenas um bando de tal...
Não os leve à mal 
Os leve apenas além da fronteira de seu quintal...

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