quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O controle voa

Assim como o meu cabelo é castanho 
E a minha pele é sardenta 
A vida é um mistério onde nunca podemos controlar tudo. 
E em todas as vezes que achamos que temos o controle 
Se olharmos um pouco mais de perto, percebemos 
Que nada nunca é nosso 
O controle voa...

Eu não posso negar ser verdadeira comigo mesma 
Viver do jeito que eu escolhi viver 
Ser quem eu gosto de ser.
Posso não ter o controle de tudo 
Mas eu tenho todo o meu mundo em mim 
E as asas da vida que levam o controle 
Também levam a mim...

Tantas quedas, tantos desesperos 
Eu ainda tenho que desvendar tantos segredos. 
A felicidade está em cada momento 
A libertação,
No aprendizado de cada erro 
Se olharmos um pouco mais de perto, percebemos 
Que nada nunca é nosso 
E que nem mesmo do momento mais intenso 
Temos controle. 
O controle voa, 
Vai embora com o vento 
Nas mesmas asas que levam a mim 
Me levam daqui, me fazem assim...

Assim como o meu cabelo é castanho 
E a minha pele é sardenta 
A vida é um mistério onde nunca podemos controlar tudo 
Tudo muda, o tempo não obedece a nossa vontade
Cada momento voa 
Eu já vi a vida levar embora 
Cada certeza, 
Levar a alegria e levar a tristeza. 
Nunca resta nada 
O controle não é nosso 
Tudo se apaga 
As asas da vida levam tudo 
Não deixam nada
Levam a mim, eu desapareço
No momento em que percebem minha demora
Eu me fui com a aurora 
De mim não resta nada
As asas do tempo me levam embora...




Um comentário:

  1. CAROLINA,

    sou seu mais novo seguidor e este seu poema é uma inconsciente exaltação daquilo que somos: Impotentes!

    Entenda isto sob o ponto de vista de pessoas que pensam poder controlar outros seres humanos, como se estivessem zapeando,frente a televisão, os enfadonhos canais destas emissoras de televisão que há muito não vejo.

    Seu poema tem a arte das bordadeiras de Bilro,rendeiras genuinamente brasileiras que, tecem peças variadas e belos vestidos, vestidos estes que quando cobrem as "vergonhas" do corpo de uma mulher, ficam ainda mais exuberantes antes, pela forma, agora, pelo conteúdo.

    Minha primeira namorada (isto faz quase um século kkk ) tinha a pele sardenta e os cabelos castanhos e só reparava isso nela quando ela me chamava a atenção, pois, minha atenção estava sempre voltada para a sua beleza intelectual imbatível e seu leve humor sarcástico, muito próprio.

    Seres humanos devem ser interessantes de cabelos castanhos ou pele sardenta, pouco importa, mas sim, capazes de sentirem e transmitirem estas emoções que você conseguiu passar.

    Apesar de estar no plano geral das considerações, seu poema acredito, nas entre linhas e tentando aqui exercer um ensinamento psicanalítico de ler o que não foi dito, narra uma decepção amorosa.

    Perdoe a presunção, mas certos vícios profissionais tornam-se inevitáveis.

    Não sei se você gosta do psicanalista, escritor e cientista politico Rubem Alves que dizia ser muito improvável que ao procurarmos a nossa felicidade no lugar na qual perdemos, dificilmente a iremos encontrar, pois, todo o cenário está modificado,diferente...

    E também dizia que : "Amar é ter um pássaro pousado no dedo.
    Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que,
    a qualquer momento, ele pode voar”.

    Como controlar?

    Afinal o inesperado vive nos fazendo surpresas, concorda?

    Fico feliz ter achado de maneira aleatória o seu blog, mas por outro lado acredito que Albert Einstein sempre teve razão quando afirmava que Deus não jogava dados.

    Se é assim, a razão de Einstein terá ainda muito mais razão neste nosso acidental encontro.

    Excelente,o seu blog

    Um abração carioca.

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