terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Completamente parada

Se eu ficar completamente parada 
Quase não consigo sentir o calor de brasa 
Do meu país, da minha cidade 
Do meu mundo tão tropical.
Mas ainda assim, seria impossível viver sem calor 
Eu o venero no meu café de colônia 
Que pra mim é o paraíso.

Essa junção de céu azul de fim de tarde 
Com a brisa preguiçosa do início da noite 
Me fazem pensativa.
A roupa está lavando na máquina 
O panettone está fresco 
Se foi o sol mortal de mais cedo 
A casa silenciosa 
Tudo está em seu lugar,
Eu estou de folga.

E à medida que organizo meus pensamentos borbulhantes e ansiosos 
Que atropelam uns aos outros, desrespeitosos 
Percebo que não é possível para mim 
Ficar completamente parada. 
Portanto está aqui me fazendo companhia 
Meu velho calor de brasa.

É fim de ano, é fim de tarde 
O céu azul me leva pra tão longe 
E dentro de mim existem dias ensolarados,
Existem tempestades 
Que me inquietam 
Que desafiam minha alma 
Que fazem de mim uma buscadora. 
Eu busco um dia conseguir ficar 
Completamente parada
Eu busco um dia conseguir ter 
Uma mente organizada.

Quantos fins de tarde são necessários 
Para chegar nesse grau de evolução?
Talvez eu busque a plenitude 
Talvez eu só queira aprender a ficar 
Completamente parada. 



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