domingo, 8 de junho de 2014

Alimento da criação



Em meio a todo esse caos de decepções, sabe de quem eu tenho sentido mais falta? De mim. Tenho sentido falta da garota independente e sarcástica, com risada de bruxa, aquela pessoa que adora ajudar outras pessoas, aquela garota que troca qualquer coisa pra escrever, ver um filme, ouvir música, ou ler. Aquela garota que adora ficar sem fazer nada com os amigos, aquela garota debochada e reclamona, cheia de caretas na ponta da língua. É de mim que eu tenho sentido mais falta, e sou eu que pareço estar ficando cada vez mais pra trás...
Sabe quando uma pessoa entra num estado de concha fechada e recusa-se a se apaixonar? Bem, eu tenho vivido assim por mais ou menos 5 anos... Não estava procurando, não estava querendo, não estava pedindo. Mas aí aconteceu: Depois de todo esse tempo, enfim apareceu alguém com força suficiente pra quebrar a minha concha. Quebrou e libertou o monstro que é a Carolina apaixonada. Essa pessoa desorientada que eu me torno, que para a vida, que fica boba e perdida. É quase uma segunda personalidade, o oposto da garota independente e sarcástica. 
Acredite em mim, eu não gosto de me sentir dessa forma, não mesmo. Talvez tenha sido por isso que eu me fechei por tanto tempo. Eu sei como eu fico maluca, e eu também sei do histórico de fracassos e como eu fico ainda pior quando finalmente dá errado. Porque sempre dá. Não estou culpando ninguém, não estou com raiva de ninguém, porque afinal, não podemos forçar afeto, não podemos exigir que as pessoas larguem tudo por nós. E eu não exigi isso, mas eu tentei, Deus sabe o quanto eu tentei, ser persuasiva pra despertar essa vontade nessa pessoa tão impossivelmente perfeita pra mim. Mas não deu. 
E agora... Sabe o que me resta? Juntar os cacos da maluquice, e transformar a melancolia em poesia... Afinal, é só pra isso que servem esses meus surtos de paixão: Cair numa profunda atmosfera de criação alimentada pela mais agonizante e pura melancolia. 

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