segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Gone

A vida é sem sentido... Só o que fazemos é andar em círculos e repetir as mesmas coisas que outras pessoas fizeram. Tentamos viver da melhor maneira possível, viver bem em sociedade, admitir nossos defeitos, perdoar os erros alheios, pirar, amar, trabalhar, dormir, viajar, estudar, curtir, sorrir, e mesmo dando o nosso melhor, acabamos por chorar...

E aí alguém morre. Pode ser alguém da família, alguém próximo ou alguém que você nunca viu na vida, mas ainda sim, morre. E você morre. E não há nada que possamos fazer pra mudar esse fato, pois a única coisa da qual temos certeza na vida é que um dia vamos morrer. Não sabemos como nem quando, mas sabemos que esse momento virá. E o que podemos fazer até lá? Podemos viver, pois a vida é a coisa mais preciosa que temos. Até que se prove o contrário, só temos essa. Acreditar é uma coisa, saber é outra totalmente diferente. Eu acredito que todos nós vivemos muitas vidas, mas eu não sei de nada. Quem é que sabe? 
Mas nada disso importa, afinal, pessoas morrem todos os dias, a cada minuto, em vários lugares do mundo, e todos nós continuamos vivendo, como se nada tivesse acontecido, como se a vida fizesse algum sentido. 
Ficamos de luto por alguns dias, por algumas semanas, por alguns meses, mas aí nos convencemos com a falsa certeza de que seja lá quem tenha partido não iria querer ver as pessoas amadas dedicando a vida toda a chorar pela sua morte... O que é ridículo, pois ele está morto, então não quer nada, ele simplesmente não existe mais, deixou de ser gente. E quem não é gente não deseja nada, quem não é gente simplesmente não existe. Mas não, não acho certo dedicarmos uma vida inteira ao luto, mas quem sou eu para julgar? Cada um sabe da sua perda, cada um encara-a da maneira que consegue. 
Mas eu prefiro viver a minha vida da melhor maneira possível, do jeito que me fizer mais feliz, do jeito que eu preferir, do jeito que eu sentir ser certo, prefiro ser feliz nos menores momentos, pois temos muito mais desses do que dos grandes. Grandes momentos são raros, mas quando vem são muito bem aproveitados. Porém, não podemos deixar que a felicidade venha apenas nesses momentos. E é por isso que precisamos construir a felicidade em cima dos pequenos momentos. Afinal, só temos essa vida, então precisamos fazer dela uma boa vida. 
Estou feliz por ser fim de ano, pois adoro finais, pois eles significam também recomeços, renovações, e assim como sou apegada ao passado, adoro uma mudança, uma novidade. Talvez isso seja ilusão, mas a sensação que eu tenho quando um ano chega ao fim é que tudo vai ficar bem. Mesmo que esteja tudo uma merda agora, eventualmente vai ficar bem. O problema é que desde 2009, fim de ano também tem sido pra mim motivo de melancolia e tristeza. Lembro do meu primo, que tão jovem, se foi. Minha família sempre foi muito cada um pra um lado, mas o que eu mais sinto em relação a ele é a saudade de saber que ele está vivo e bem. Não ter esse tipo de coisa na vida me faz mal. Me sinto mal por ter passado tão pouco tempo com ele, me sinto mal por não ter me apegado realmente, pois na minha família é realmente cada um pra um lado. Todos se amam, todos se importam, mas é fato que nenhum de nós faz nada muito significativo pra estreitar os laços. É um amor por saber que é família, pois família além de loucura, também é muito amor. Talvez eu sinta falta mesmo é disso: dessa coisa que eu sentia quando pensava que deveríamos todos ser mais próximos, mas mesmo assim eu sempre adiava, pois tínhamos todo o tempo do mundo. Mas não, não tínhamos, não temos, e nunca teremos.  E é nessas horas que eu tenho a certeza de que a vida não tem sentido algum...

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