sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Obra de um suave Sol




Eu estou vendo o sol se por, eu estou vendo suaves esferas luminosas sobre mim. As pequenas partículas de luzes fazem minha pele parecer incrivelmente luminosa, como se tivessem passado uma camada de esmalte por cima de uma unha, para dar o brilho que um esmalte fosco não dá.  Eu deito no sofá com uma música nas alturas, com os olhos abertos, observo mais um pouco o brilho olhando para o sol, até chegar o momento em que eu não aguente mais a claridade excessiva em meus olhos, e eles comecem a lacrimejar, e então eu os fecho.

Eu penso em minha vida, enquanto a minha pele brilha, enquanto as partículas de poeira iluminadas dançam delicadamente à minha volta, até que seu brilho começa a diminuir, e eu percebo que o sol já quase se foi totalmente.
Eu penso nas possibilidades; eu penso no presente; eu penso no futuro e em como tantas coisas começam a parecer supérfluas com o tempo e em como eu consigo mudar tanto em intervalos pequenos de tempo, mas do que eu gostaria alias.  Penso nas pessoas que fazem parte da minha vida agora e que logo não farão mais; penso nas que fazem agora, sempre fizeram e sempre farão; penso em mim e se eu estou realmente vivendo a minha vida, ou apenas a expectativa de que ela comece em alguma hora. Mas ela já começou, há algum tempo, e é isso o que eu não entendo, por que não parece verdade, nunca pareceu pra mim.
Penso em como todos estão tão felizes e satisfeitos com suas vidas, e percebo que eu não sei mais o que sinto em relação à minha. É como se eu tivesse congelado, parado de sentir em relação a isso, e estivesse esperando para dar play nos meus sentimentos de novo, em uma hora em que eu nem sei qual vai ser. Eu estou congelada. É isso, eu estou congelada. Estou esperando pelo momento em que virá alguém para me descongelar e me fazer voltar a me movimentar, sair desse estado de defesa inconsciente, e viver por mim, pra mim. Estou esperando alguém, porque sei que sozinha não vou conseguir derreter o gelo no qual eu fui posta há algum tempo pela influência de algumas pessoas e pela minha própria vontade. Eu sempre esperarei por essa pessoa que me descongelará. Não sei onde ela está, nem se ela existe, mas eu nunca perderei as esperanças de um dia ser encontrada por ela, porque eu já cansei de procurar. Mas eu sempre estarei esperando ansiosamente por sua chegada. Eu sempre vou esperar.



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