quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Mente e coração





Como seria possível ela poder mentir pra ele? Ou pior, poder mentir para si mesma? Ela poderia, mas não conseguia. Nunca foi o tipo de pessoa que mente para sustentar um fingimento barato, nem mesmo por alguém. Fatos só existem quando são reais. Quando são inventados, não são fatos, são apenas o que nós gostaríamos que fossem. Mas não são, e na maioria das vezes, jamais se tornam.
Quando ela iria imaginar, que, num minuto, toda aquela situação viraria de cabeça pra baixo? Como ela poderia saber que de repente, nada mais seria como antes? E, como ela poderia saber que ela mudaria de decisão drasticamente, quando ela já estava praticamente tomada? Às vezes ela esquece que não pode confiar em si mesma. Seus pensamentos são traidores, e quando ela finalmente está começando a entender, suas decisões mudam drasticamente, como não se pode prever, e aí, ela se vê perdida novamente. Sua mente é uma fera incontrolável, que não permite nem mesmo que alguém chegue perto. É como o vírus da AIDS, que muda o material genético, toda vez que um cientista está quase descobrindo a cura. E ela não sabe lidar com sua mente. Ela não sabe o que esperar de si mesma. E a pior parte de ter sua mente no centro do poder, é que ela também controla seus sentimentos, e então, essa menina fica perdida, escrava de sua própria mente e de seu coração. Não existe razão nisso, mas também não existe o porquê de não ser assim. Não é só essa menina, mas todos os seres humanos são escravos de sua mente e de seu coração. E muitas vezes, escravos felizes, que jamais pediriam sua carta de alforria. E, ela sente por ter sido assim, mas ao mesmo tempo torce para que seja guiada para algo mais forte, tão forte que sua mente e seu coração, não possam desviar- se disso, e assim, acabem ficando tão encantados quanto ela.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário