sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Não significa nada em especial, apenas que eu penso sobre

É água que bate na pedra quente 
Faz subir aquele cheiro de chuva 
Que faz com que todos pensem numa possível mudança 
Mas então... Passa.
Existe apenas por um momento 
E depois é como se nada houvesse acontecido.

É vento na cozinha
Apagando o fogo do fogão 
Entra pela janela da área 
Traz poeira.
É uma estação indefinida 
É confusão de um coração 
As reviravoltas da vida 
Que eu já não aguento mais.

E é isso, e é aquilo 
E sou eu, e é ele 
Mas nunca somos nós 
E assim, vou correndo sozinha como sempre fiz 
Nunca tive paciência pra andar por alguém 
E assim, vou vivendo por um triz. 

Minha criança de 8 anos estaria orgulhosa de quem sou agora 
Mas a minha de quase 22, não quer nem olhar na minha cara.
Nada  nunca é o bastante.
O tempo está passando e algumas coisas inesperadas têm acontecido 
Mas mesmo assim, sei que cumpri as promessas que havia feito, há tanto tempo, 
Pra minha criança de 8 anos. 
E essa é a única coisa que me tranquiliza. 

O que perturba sinceramente 
É a minha certeza, cada vez mais total 
De que nunca serei capaz de agradar minha criança atual 
E isso me aterroriza 
Me petrifica 
E me transforma, cada vez mais 
Em alguém bem diferente do que eu sonhava ser.

É a vida. 
E a certeza de que sempre sei menos que achava que pensava.
E nesse momento, só o que eu queria 
Era um abraço da minha criança de 8 anos 
Pois a minha de 22 está ocupada demais fazendo planos inalcançáveis 
E tem olhos cegos pro presente.

Eu ainda estou aqui... 
Embora não saiba 
Por quanto tempo. 

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