sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Aquela velha música


Eu estou dentro do ônibus, no primeiro assento
Janela escancarada, calor e meu cabelo voando por todas as direções.
Meus fones no último volume
Aquela música que adorávamos cantar
Onde você está?

Eu estou em casa, numa manhã de domingo
Acabei de acordar, e quando rolo na cama, um travesseiro vazio
A cama está vazia, a casa está vazia, a vida está vazia
Onde você está?

Eu estou dentro da minha caneca de café, meus pensamentos simplesmente estão imersos.
Aquela com a caveira da morte
Aquela mesma que usei pra tomar café tantas vezes com você.
E tudo isso é bastante irônico
Eu quis ir embora tantas vezes, e quando finalmente consegui...
Bem, sou incapaz de deixar de me perguntar
Onde você está?

Estou no meu banho gelado de verão, cabeça na água, prendendo a respiração
Quando solto, sinto seu cheiro na minha toalha
E isso é simplesmente resultado de um apego ridículo
E não sei como viver dessa maneira.
Onde você está?

Você foi embora para que eu pudesse dar continuidade à esse ridículo talento
Para escrever poesias tristes
O que sou eu além de uma sanguessuga?
Estou na vida, essa estrada estranha
Olhando o pôr do sol refletir no meu cabelo castanho
"As coisas vão melhorar" - era o que você sempre dizia
Mas você nunca disse que não estaria incluído nesse melhor
Você não podia ficar?
Eu poderia até tentar escrever
algo alegre
Onde você está?

Fevereiro de 2014

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