segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Farol


Eu ouço a chuva lá fora 
E a neblina que é vista da minha janela 
Deixa apenas as luzes do farol lá no mar 
Existirem...
É madrugada
E aqui não existe nada.


O café esfriou há anos 
A vida que eu tinha se perdeu nas páginas 
Dos cadernos que eu não leio mais.
O tempo acabou,
agora eu bebo vinho por falta de amor.
Ouço o barulho da chuva nas telhas 
Enxergo o farol ao longe 
Como se essa luz pulsasse nas minhas veias.


Onde estarei daqui há alguns anos 
Numa quarta a noite, depois do trabalho?
Será que todos os meus sonhos estarão publicados 
Ou eu serei apenas alguém sentada no telhado 
Olhando o farol ser engolido pela neblina 
Enquanto a chuva cai 
Pingando o peso do tempo na minha agonia?


Talvez eu esteja ficando louca 
Mas o farol está sumindo 
Assim como o tempo que eu sempre achei que fosse infinito 
Ah, querido 
Se eu pudesse te explicar tudo o que se passa aqui dentro 
Você iria lá fora comigo 
De mãos dadas estaríamos na chuva 
Para que eu pudesse lavar toda a minha agonia 
Para que eu pudesse ser sol
E não apenas ventania na madrugada...


O tempo acabou 
Deixou apenas minha dor 
Hoje bebo vinho por falta de amor...
Talvez eu esteja ficando louca 
Mas o farol está sumindo 
Pouco a pouco o tempo se vai
Sumindo comigo...

                              
                                   Escrito em 16 de junho de 2015.

Nenhum comentário:

Postar um comentário