quinta-feira, 21 de agosto de 2014

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Sou intensa... Sou urgente. Se não tenho urgência, não faço. Querer as coisas sem urgência é o mesmo que fingir um orgasmo. Há uma razão mecânica ao fazer as coisas sem urgência que me dá repulsa, que me faz querer fugir, querer correr atrás de coisas que me perturbem a alma urgentemente. Sem urgência não há movimento, não há acontecimento. Nada se concretiza se você não tiver urgência. Sem urgência você entra naquele estado tenebroso de "amanhã eu faço". E o amanhã nunca chega.
Pra fazer as coisas acontecerem é necessário um certo tesão pela vida que muita gente acha que não existe. A vida é feita de urgências. 
Quando não há paixão, quando não existe tesão, não há nada. É preciso tesão. Sem tesão não há amor, sem tesão não há movimento, é essa loucura de querer fazer as coisas que ele causa, é esse impulso de não pensar nas consequências, que adiciona graça e sentimento pra coisa.
É preciso tesão até mesmo pra levantar da cama cedo, tesão pra tomar café numa varanda que sopra o bafo quente que é o vento do Verão em janeiro, é preciso tesão. 
Sem tesão não há nada, sobra apenas uma maneira robótica de viver a vida, sobra apenas aquela inevitável melancolia da espera pela permissão pra morrer.  
Sem tesão não dá pra viver.



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