quinta-feira, 23 de junho de 2016

Nervos

Hoje, particularmente 
Quando olho pra esse céu cinza de inverno 
Sinto-me anestesiada 
Minha música parou
Minha mente saiu do ar 
Não há nada aqui.

Portanto, mande-me uma mensagem 
Escutarei quando a Lua sair de câncer 
Quando eu finalmente conseguir voltar a pensar racionalmente 
Hoje, me anestesiei 
Estou na minha casa, não sairei por nada

Vai chover, ou já está, quem sabe. 
Minha música nunca mais tocou 
Essa vida já não é mais uma ciranda 
É apenas um monte de pedras rolando 
E eu estou correndo e implorando pra acordar 
Desse pesadelo que é viver com medo 
Do inesperado.

Eu costumava me fascinar 
Tinha orgasmos com a adrenalina 
Mas agora que sou adulta 
E desaprendi à seguir meus mais loucos desejos 
Desaprendi a rir sem medo 
Desaprendi a ser a garota que dançava no meio da rua. 
Agora que sou adulta 
Sei apenas pensar 
E quanto mais penso, mais quero me anestesiar 
Parece que todos os dias são essa loucura cinza

Não tenho medo do escuro total - pois não tenho medo de sentir 
Tenho medo do branco completo - pois tenho medo de desaprender completamente a sentir 
Tenho medo de perder meu tato 
Portanto hoje, particularmente 
Quando olho pra esse céu cinza de inverno 
Sinto-me anestesiada
Pois vi demais, demais...
E fui coagida a não sentir nada.

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