Já que não posso
relaxar enquanto durmo (porque venho tendo sonhos perturbadores), que eu relaxe
quando estiver acordada então. O estranho é que eu nunca me interessei muito por
filmes antigos, mas agora estou dando uma chance pra eles. Ontem vi
"Bonequinha de Luxo" e hoje vi "Quanto mais Quente Melhor".
Os dois filmes são ótimos e o que me deixa mais fascinada por filmes antigos é
a inocência com que eles lidavam com temas pesados, como a prostituição, que
acontece em "Bonequinha de Luxo". Mas quando se vê o filme, bate a
dúvida se a garota realmente é prostituta, porque não parece nem um pouco, ela
parece no máximo uma garota festeira, independente e interesseira, mas nada tão
condenável. Eu achei isso bem engraçado. E os beijos? Beijos de filmes antigos
são como os beijos dos filmes da Disney atuais, como se eles quisessem negar a
todo custo que o sexo existe e que todo mundo faz em algum momento da vida.
Essa é uma coisa que me irrita na Disney, porque eles querem passar uma
inocência entre os jovens que de fato não existe mais, como se todos se
casassem virgens e um anel idiota garantisse alguma coisa a mais do que a
palavra de uma pessoa. É realmente irritante eles não lidarem com isso, porque
seria muito mais sábio admitir e orientar os jovens a fazerem a coisa certa,
afinal, estamos em 2012! Enfim, hipócritas sonsos. Porém, essa não é uma coisa
que me irrita nos filmes antigos, porque são de outra época e o fato de eles
tratarem o assunto dessa forma inocente era uma coisa do tempo, então é
compreensível. Torna-se algo bonitinho e até mesmo histórico. Me faz pensar que
algumas coisas eram mesmo muito mais simples antigamente, exatamente como
nossas avós e avôs nos falam.
Seria ótimo se
pudéssemos juntar algumas coisas antigas com as atuais... Comprar peças vintage
é o mais perto que podemos chegar e mesmo assim, continua bem longe. Mas a
simplicidade, a facilidade ou a dificuldade, dependem unicamente de nós. Cada
um pode ter seu próprio tipo de simplicidade, sem se apegar a padrões de época
alguma, a não ser seus próprios padrões de discernimento de certo ou errado. É
assim pra todo mundo. Eu escolhi viver desse jeito, mas nada me impede de
admirar os filmes antigos, que apesar de terem muito menos tecnologia do que os
atuais, não ficavam atrás dos nossos não, ganhavam nas histórias e nos atores,
era outro tipo de qualidade, mas que mesmo assim não deixava de ser uma
qualidade. Talvez seja essa a grande resposta para nossas maiores dúvidas: pode
não ser a qualidade que conhecemos, mas mesmo assim, não deixa de ter o seu
valor. E se olharmos bem, vamos aprender a reconhecer esse valor e fazer o
diferencial em nossas histórias e em nossa convivência com as pessoas. Afinal,
é muito mais importante ter uma qualidade que nos faça feliz do que ter uma
qualidade que não provoque estranhamento aos olhos dos outros.
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