Se eu prestar atenção às batidas do relógio
No seu compasso contínuo dentro da madrugada
No escuro da noite, na clareza da mente acordada
Se eu prestar atenção às batidas do relógio
Consigo perceber que nada está sob meu controle
Muito menos os movimentos dos ponteiros.
Se eu prestar atenção à minha volta
Rapidamente as pessoas mostram as caras
Muitas caras numa mesma pessoa
Uma cara num grande grupo de pessoas
A perseguição é de longa data
E o controle que eu tenho sobre isso
É igual a nada.
Se eu prestar atenção nas ironias dessa vida psicopata
Que faz questão de repetir os mesmos ciclos e vícios
Que faz questão de fazer com que momentos de suspiro fiquem presos em mim
Que faz questão de fazer com eles sejam muito mais fortes do que os momentos infelizes
Que faz questão de me deixar presa a eles
Como se fosse uma velha canção de ninar
Que me leva direto pro precipício
Que faz minha mente pensar que eu preciso de um hospício
Que me dá vontade de gritar...
Se eu prestar atenção nisso tudo
Consigo perceber que todas essas coisas, sou eu que crio
Na eterna criatividade e vontade da minha mente
De fazer com que os suspiros felizes sejam eternos
Na eterna habilidade de fazer com que os momentos sombrios
Sejam compensados pelos minutos passados bem vividos...
Se eu prestar atenção nisso tudo
Eu vejo que o problema sou eu, está tudo em mim
Se eu prestar atenção...
Prefiro fechar os olhos
Prefiro não ver...
Prefiro não admitir...
Prefiro não perceber...
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