Não dá pra entender, não dá pra aceitar
Quando você quer uma pessoa e essa pessoa não quer você.
É desumano, não existe evolução espiritual ou desapego que aceite...
Não dá pra entender.
E mesmo sem entender, sabemos que não podemos
Forçar alguém a nos querer
Mas por que não?
O amor desesperado, o amor louco
Não responde por si
O amor na sua forma mais selvagem
É um jovem destemido
Um conquistador de territórios
Movido pelos extremos
O amor desesperado, o amor louco
Não vai conseguir entender, nem esquecer e nem fingir que não liga
O amor louco vai conquistar todos os territórios
Até chegar naquele território que realmente importa
O amor louco não desiste, nunca vai embora.
Mas não estamos mais conectados com o selvagem da essência humana
Agora somos todos civilizados demais
Somos todos educados demais
Somos todos cautelosos demais
Pra conseguir amar de verdade
Não podemos mais dar ataques e nem gargalhadas de verdade
Não podemos mais tentar
Não podemos nem ao menos cativar
Não podemos mais nada
Chegar perto demais é invasão de espaço
Chegar perto demais não é civilizado
Ninguém mais pensa
Que não dá pra entender, que não dá pra aceitar
Quando se quer uma pessoa e essa pessoa não te quer...
Ninguém mais respeita um desesperado
Todos só olham torto, tratam de receitar um remédio
Pra calar a essência mais pura da natureza...
Ninguém quer um amor desesperado, um amor louco
Todos só querem parecer bonitinhos
Todos só querem ser civilizados e solitários
Nesse século lixo.
A natureza está aí pra lembrar
Essas catástrofes vem apenas para lembrar
Que tudo o que é selvagem, não é covarde
E nem educado, e nem cauteloso, e nem civilizado
A natureza está aí pra mostrar que a vida
É forte, é sincera, machuca, mas sempre cicatriza.
Não dá pra entender, não dá pra aceitar
Quando você quer uma pessoa e essa pessoa não quer você.
Mas todos seguimos em frente sem manifestar
Nossos reais desejos
Todos nós desistimos antes mesmo de tentar
E assim nossa pureza selvagem vai morrendo mais e mais
A cada geração
Até chegar o dia em que seremos todos robôs
Cada um de nós programados por máquinas
E não por um coração...
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