Eu ouço a chuva lá fora
E a neblina que é vista da minha janela
Deixa apenas as luzes do farol lá no mar
Existirem...
É madrugada
E aqui não existe nada.
O café esfriou há anos
A vida que eu tinha se perdeu nas páginas
Dos cadernos que eu não leio mais.
O tempo acabou,
agora eu bebo vinho por falta de amor.
Ouço o barulho da chuva nas telhas
Enxergo o farol ao longe
Como se essa luz pulsasse nas minhas veias.
Onde estarei daqui há alguns anos
Numa quarta a noite, depois do trabalho?
Será que todos os meus sonhos estarão publicados
Ou eu serei apenas alguém sentada no telhado
Olhando o farol ser engolido pela neblina
Enquanto a chuva cai
Pingando o peso do tempo na minha agonia?
Talvez eu esteja ficando louca
Mas o farol está sumindo
Assim como o tempo que eu sempre achei que fosse infinito
Ah, querido
Se eu pudesse te explicar tudo o que se passa aqui dentro
Você iria lá fora comigo
De mãos dadas estaríamos na chuva
Para que eu pudesse lavar toda a minha agonia
Para que eu pudesse ser sol
E não apenas ventania na madrugada...
O tempo acabou
Deixou apenas minha dor
Hoje bebo vinho por falta de amor...
Talvez eu esteja ficando louca
Mas o farol está sumindo
Pouco a pouco o tempo se vai
Sumindo comigo...
Escrito em 16 de junho de 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário