Insone, momentos de uma insone
O mês acabou, o Verão chegou
E eu continuo aqui,
Insone.
Sou apenas capaz de traduzir do céu estrelado de cada dia
Como a mais profunda agonia
Como o mais profundo mistério
Início do abismo, o fim do precipício
Coisas de uma insone
Na madrugada do meu quarto não tenho nome.
Das coisas da minha raça
Só entende quem não dorme
Quem teve o prazer de ser amaldiçoado pela madrugada
Quem não conhece outra vida além dessa
Em que ficamos todos vagando acordados
Lentos,
Com pressa
E insones.
Sempre aceitei um café
Nunca aceitei um cigarro
Mais um sonho acordado
Mais um pensamento perdido
Desejos fixos, corpo parado.
Sou insone, ando insone por todos os lados.
Caneta inquieta desde que nasci
Gargalhadas e lágrimas
Coisas que nem todos entendem
É necessário viver aqui, na madrugada.
Das coisas da minha raça
Só entende quem não dorme
Longe, longe
Mente cada vez mais distante
Alma agitada, quem é assim nunca morre
Insone, mal assombrada
É o fim do ano
Fechamento de um ciclo, início de uma nova estrada
Insone, sonhando acordada.
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