Quem é você?
O que você veio fazer?
Pra mim você não é nada
Pra mim você não é ninguém.
Veio por uma estrada sem rastros
Segue por um caminho que leva até um penhasco
Você é um nada que viaja
Um estranho desorientado, um viciado desacordado.
Quem é você?
Você está em contato com todos os seus emaranhados?
Esses repetitivos pensamentos que te mantém acordado
Viajando na madrugada
Pronto pra pular de um penhasco?
Quem é você?
Você vaga por aí com a mesma velha ferida
Você é ninguém.
Mas você é alguém.
Alguém que eu ponho em versos
E nesses versos te dou vida.
Uma vida sem penhascos,
Cicatrizo sua ferida
Te dou direção, apago seus fracassos.
Mas estes são apenas versos
Versos de alguém que não te conhece.
Você é um estranho desorientado
Pensa que está desesperado, mas está apenas cansado.
Eu te ponho nos meus versos, eu seco suas lágrimas
Conto essa história como se não fosse nada.
E mesmo dando outro rumo pra sua trajetória
Mesmo colocando esses versos na sua memória
Nada muda o fato de que você não sabe quem é.
Pra mim você é um viajante estranho, perdido numa estrada esfarelada.
Pra mim você não é ninguém
E pra você, eu não sou nada.
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