Agir às escondidas? Eu já fui assim antes? Talvez, mas
poucas vezes na vida... Ultimamente tenho feito isso mais do que o normal... Eu
estou levando à sério esse negócio de vida privada. Tem tanta coisa que eu não
falo mais com quase ninguém... Meus amigos se tornaram colegas, meus melhores
amigos se tornaram amigos... Talvez seja culpa desse ano, no qual eu aprendi a
viver sozinha e não deixar de fazer certas coisas por estar sozinha; talvez
seja pelo fato do meu desconfiômetro estar ativado com força total, talvez seja
por eu ter me tornado uma pessoa mais privada do que eu jamais fui em toda a
minha vida. Talvez seja apenas o tempo, passando e me mudando.
O fato é que existem pessoas que quando ficam sozinhas, se
desesperam, enlouquecem, não aguentam, fazem idiotices... Eu não. Estamos em
dezembro, e agora eu vejo que todas as mudanças que ocorreram desde janeiro,
foram necessárias e de certa forma, benéficas. Eu adoro pessoas. Eu gosto de
estar perto das pessoas, e isso dificilmente vai mudar um dia, mas agora eu
aprendi a viver sozinha e não me desesperar com isso. Aprendi a aceitar a
solidão, como algo que acontece eventualmente ou se torna uma forma de vida...
Isso me tornou mais independente, mais segura de mim mesma como pessoa, e me
deu ainda mais certeza de que na vida, só temos à nós mesmos. Só podemos contar
totalmente com nós mesmos, só podemos acreditar e confiar totalmente em nós
mesmos. Somos tudo o que temos. E pelo incrível que pareça, eu não estou mais
vendo isso como algo totalmente ruim, afinal, tem gente que não pode nem contar
com si mesmo. Talvez autossuficiência seja isso.
Esse ano foi uma droga em muitos aspectos, mas não nisso. Eu
sempre terei meus dias ruins, como todo mundo, mas nesse momento, eu realmente
me sinto bem. Não sei se isso é bom ou ruim, mas eu estou me tornando
independente ao extremo. Todas as pessoas são imprevisíveis... Familiares,
amigos, todo mundo... Eu sou imprevisível, mas é um inesperado com o qual eu
sei lidar. E eu tenho me sentido bastante esperançosa ultimamente. Quer dizer,
mesmo com tudo o que aconteceu esse ano eu continuo aqui, determinada. O quão
forte eu me tornei? Aconteceram coisas que eu sempre temi, coisas que eu sempre
pensei que não aguentaria, mas aqui estou eu, mais em paz comigo mesma do que
nunca. Tudo pode dar certo, a qualquer momento, é isso que pisca na minha
cabeça o tempo todo.
Não entenda mal, não é como se de repente eu tivesse
resolvido me tornar uma velha solteirona e amargurada, não é isso. Como eu
disse antes, eu adoro estar cercada por pessoas, mas nesse momento, eu apenas
resolvi aceitar a solidão que me foi imposta durante todo esse ano e eu não me
importo mais. Por muito tempo, eu achei que as pessoas que eu amava eram tudo o
que eu tinha, e agora eu vejo que mesmo que se tenha mil pessoas na sua vida,
se você não tiver a si mesmo, se você não estiver bem consigo mesmo, se você
não gostar da própria companhia, as mil pessoas não significam nada. Não
adianta se agarrar à alguém, ou "alguéns" na tentativa de se sentir
bem. As vezes as pessoas permanecem, mas na maioria das vezes, todos seguem seu
caminho, e no final, cada um só tem a si mesmo.
Outra lição que eu aprendi esse ano: A vida continua linda
mesmo que você esteja sozinho. Você só precisa se esforçar pra enxergar a
beleza das coisas, você só precisa viver como quiser, do jeito que quiser. Nós
criamos a nossa realidade a partir de um molde imposto. Se você conseguir
remover a névoa de desespero dos seus olhos por estar sozinho, você consegue
ver uma Lua brilhante e infinita.
Nesse momento eu me sinto outra pessoa. E talvez eu seja.
Nenhum comentário:
Postar um comentário