Eu tenho essa bagunça natural
Essa bagunça natural que entra na composição humana
Mas prefiro ser bagunçada ao redor
Do que internamente
(não que eu não seja os dois)
No fim de tudo, a bagunça externa equilibra a da mente.
E se eu acordo no meio da noite pra escrever
É porque meu dia é de trás pra frente
Eu nasci às 18:48, isso explica o suficiente.
Se eu canto no meio da rua
É porque provavelmente ainda sou meio adolescente
Se eu prefiro ler à beber
É porque sou uma velha cheia de segredos.
Eu sei lidar com a bagunça da minha mente
(mais ou menos)
Eu me aceito como um ser humano naturalmente bagunçado
Que acha o calor insuportável
E o Inverno curto demais.
Que sabe ser independente
Mas no fundo é bastante carente.
Eu sou um ser humano bagunçado
E não estou nem aí se isso é mal educado.
Minhas lágrimas quase sempre são secretas
E meus sorrisos escancarados à beça
Tenho uma expressão pra cada situação
Sou um ser humano bagunçado
Com direito a muito cabelo na cara
Com uma língua afiada, um sorriso que não cabe na cara, uma sobrancelha levantada
E um grande coração
Cabe tudo aqui, por isso nunca esqueço de nada
Mesmo na minha bagunça
Eu sei onde achar cada memória.